terça-feira, julho 31, 2007

Tradicional Corrida dos Púcaros - 5 de Agosto


Parabéns aos Amigos Vila de Mouros por continuarem a manter viva uma tradição, com a vontade de quem não quer perder aquela que foi uma das festas de excelência desta terra,

Escassez de burros??? ... ou muito burro sem vontade???

sábado, julho 28, 2007

Caranguejola...

Mário de Sá Carneiro por Almada Negreiros


Caranguejola

Ah, que me metam entre cobertores,


E não me façam mais nada!...
Que a porta do meu quarto fique para sempre fechada,
Que não se abra mesmo para ti se tu lá fores!

Lã vermelha, leito fofo. Tudo bem calafetado...
Nenhum livro, nenhum livro à cabeceira...
Façam apenas com que eu tenha sempre a meu lado
Bolos de ovos e uma garrafa de Madeira.

Não, não estou para mais; não quero mesmo brinquedos.
P'ra quê? Até se mos dessem não saberia brincar...
Que querem fazer de mim com estes enleios e medos?
Não fui feito p'ra festas. Larguem-me! Deixem-me sossegar!...

Noite sempre p'lo meu quarto. As cortinas corridas,
E eu aninhado a dormir, bem quentinho - que amor!...
Sim: ficar sempre na cama, nunca mexer, criar bolor -
P'lo menos era o sossego completo... História! Era a melhor das vidas...



Se me doem os pés e não sei andar direito,
P'ra que hei-de teimar em ir para as salas, de Lord?
Vamos, que a minha vida por uma vez se acorde.
Com o meu corpo, e se resigne a não ter jeito...



De que me vale sair, se me constipo logo?
E quem posso eu esperar, com a minha delicadeza?
Deixa-te de ilusões, Mário! Bom édredon, bom fogo -
E não penses no resto. É já bastante, com franqueza...



Desistamos. A nenhuma parte a minha ânsia me levará
P'ra que hei-de então andar aos tombos, numa inútil correria?
Tenham dó de mim. C'o a breca! levem-me p'rá enfermaria -
Isto é: p'ra um quarto particular que o meu pai pagará.


Justo. Um quarto de hospital - higiénico, todo branco, moderno e tranquilo;
Em Paris, é preferível, por causa da legenda...
De aqui a vinte anos a minha literatura talvez se entenda;
E depois estar maluquinho em Paris, fica bem, tem certo estilo...


Quanto a ti, meu amor, podes vir às quintas-feiras,
Se quiseres ser gentil, perguntar como eu estou.
Agora no meu quarto é que tu não entras, mesmo com as melhores maneiras.
Nada a fazer, minha rica. O menino dorme. Tudo o mais acabou.



Mário de Sá Carneiro


Paris, Novembro 1915

terça-feira, julho 24, 2007

...e na Vila do Carvalho

(...) A reunião do executivo municipal, a última antes de férias, ficou marcada pelo lançamento de outra obra numa localidade daquela zona do concelho. No mesmo edifício da Vila do Carvalho onde já funciona o mercado e a sede da Junta, a autarquia prepara-se para construir uma biblioteca, num dos blocos que ficou por acabar, como explicou Carlos Pinto: “Houve algum tempo de reflexão sobre a afectação a dar-lhe. Chagamos a um atendimento e aprovamos a verba necessária para que o projecto seja alterado. Vamos lá fazer uma biblioteca e as instalações para o Carvalhense”.
Ideias que poderão ser uma realidade até final do mandato, depois de um investimento que poderá atingir o milhão de euros. Um montante que levanta reservas ao autarca serrano, que espera receber apoios comunitários, à semelhança de outros concelhos. “Todos os municípios estão na expectativa que este ano se possam começar a apresentar candidaturas. Só assim podem ter cobertura financeira”, conclui.(...)

Diário XXI - 24 de Julho 2007

sexta-feira, julho 06, 2007

e para quem tiver o belo do convite...

...hoje pelas 23.00 horas inauguração do bar "o mestre" na Vila do Carvalho...



terça-feira, julho 03, 2007

Um Dia de Inúteis Agonias


Where Do We Come From? What Are We? Where Are We Going?
Paul Gaugin, 1897–1898

Museum of Fine Arts, Boston


Um Dia de Inúteis Agonias

Foi um dia de inúteis agonias,
Dia de sol, inundado de sol.
Fulgiam, nuas, as espadas frias.
Dia de sol, inundado de sol.
Foi um dia de falsas alegrias.
Dália a esfolhar-se, o seu mole sorriso.
Voltavam os ranchos das romarias.
Dália a esfolhar-se, o seu mole sorriso.
Dia impressível, mais que os outros dias.
Tão lúcido, tão pálido, tão lúcido!
Difuso de teoremas, de teorias...
O dia fútil, mais que os outros dias!
Minuete de discretas ironias...
Tão lúcido, tão pálido, tão lúcido!


Clepsydra , Camilo Pessanha — 1916

XV Marcha Nocturna Vila do Carvalho - 14 e 15 de Julho





Para mais informações e inscrições em: http://amigosvilamouros.no.sapo.pt