quinta-feira, novembro 29, 2007

Retrato Musical...



Os Portugueses

"As imagens fortes recolhidas para compor a panorâmica da sociedade portuguesa contemporânea, inspiraram Rodrigo Leão a criar uma música igualmente forte, com subtis marcas da nossa identidade. Essas peças foram agora adaptadas para esse ecrã maior que é o palco e serão levadas estrada fora ao encontro do país que as inspirou.


Este espectáculo beneficiará ainda da inclusão de alguns temas inéditos e das canções em português que Rodrigo compôs na fase mais recente da sua carreira. O Retrato Social passa a Retrato Musical, pintado ao vivo."



Esta série, da autoria de António Barreto e realizada por Joana Pontes , é um retrato da sociedade portuguesa contemporânea. Tenta responder às perguntas mais simples. Quem somos? Onde vivemos? Como trabalhamos? Que saúde, que educação e que justiça temos?

Para isso, o autor recorre à comparação com o que éramos há três ou quatro décadas e sublinha especialmente as grandes mudanças ocorridas desde então. É o mesmo país, mas os portugueses já não são os mesmos.

Mudámos muito, em pouco tempo. Podemos viver melhor ou não, mas vivemos de modo diferente.

link: Episódios de PORTUGAL, UM RETRATO SOCIAL, da autoria de António Barreto.


Jerónimo de Sousa também em Vila do Carvalho


Jerónimo de Sousa, Secretário Geral do PCP, visita a Covilhã no próximo dia de 9 de Dezembro.

Esta visita insere-se no âmbito da Inauguração das obras de beneficiação e restauro do Centro de Tranbalho do PCP (casa das Morgadas) nesta Cidade. do programa da visita destaca-se:

11h.30 - visita ao Centro de trabalho com Porto de honra

13h - Almoço, na Filarmónica Carvalhense em Vila do Carvalho - as inscrições decorrem até dia 4 de Dezembro no Centro de trabalho

http://www.castelo-branco.pcp.pt/


terça-feira, novembro 27, 2007

Lagoas do Planalto Superior da Serra da Estrela



"Há no mais alto desta serra duas lagoas de monstruosa grandeza, uma das quais tão funda, que se não pode sondar o lastro, e afirmam os moradores da terra que algumas vezes se vêm nelas tábuas de navios e outras coisas semelhantes. Sua água é doce, como da fonte, mas escura e triste e pouco saborosa ao gosto; não se cria em nenhuma destas lagoas género de peixe algum nem coisa viva” "


Bernardo de Brito, Geografia da Lusitânea, 1597


" A maior parte destas lagoas tem uma dimensão reduzida, não excedendo qualquer delas os 10ha, e situam-se, na quase totalidade, acima dos 1600m de altitude. Por outro lado, embora sejam na sua totalidade de origem natural, uma parte delas foi artificializada de forma a integrarem o complexo de produção de energia eléctrica da serra da Estrela (tabela 1). Este Plano refere-se ainda a seis outras lagoas não artificializadas e com áreas inferiores a 1,5ha, para as quais não foi possível encontrar um topónimo e que, por isso, não se incluem na tabela. Todas elas se situam a cotas superiores a 1500m."


Lagoas do Planalto Superior da Serra da Estrela
texto L.T. Costa, J.P. Fidalgo, R. Neves & R. Rufino


Site Map: Wetland Types in Estrela Mountain upper Plateau and upper Zêzere River(PDF)

....e no ponto 3 sobre a Definição das orientações de gestão na área temos então:



" 3) Manter o isolamento das lagoas

A maior parte das lagoas está hoje relativamente isolada, tendo acesso apenas por caminhos de pé posto. Procura-se assim compatibilizar esta exiguidade de acessos com uma visitação lúdica, estabelecendo regras claras que condicionem o seu uso a limites aceitáveis para os valores em presença. Possíveis resultados que podem contribuir para este objectivo: construção de centro de visitação numa das lagoas de modo a afastar os visitantes das restantes; ordenamento da visitação; construção de barreiras à visitação de certas lagoas, produção de roteiros para
visitantes com informação sobre as lagoas visitáveis. "

http://www.icn.pt/medwet/Serra%20da%20Estrela.pdf

sábado, novembro 24, 2007

One Tree Hill...e Bom Fim de Semana



One Tree Hill


We turn away to face the cold, enduring chill
As the day begs the night for mercy love
The sun so bright it leaves no shadows
Only scars
Carved into stone
On the face of earth
The moon is up and over One Tree Hill
We see the sun go down in your eyes

You run like a river, on to the sea
You run like a river runs to the sea

And in the world a heart of darkness
A fire zone
Where poets speak their heart
Then bleed for it
Jara sang - his song a weapon
In the hands of one
whose blood still cries
From the ground

He runs like a river runs to the sea
He runs like a river to the sea

I don't believe in painted roses
Or bleeding hearts
While bullets rape the night of the merciful
I'll see you again
When the stars fall from the sky
And the moon has turned red
Over One Tree Hill

We run like a river
Runs to the sea
We run like a river to the sea
And when it's raining
Raining hard
That's when the rain will
Break the heart

Raining...raining in your heart
Raining into your heart
Raining...raining into your heart
Raining, raining...raining
Raining into your heart
Raining...
Raining your heart into the sea

Oh great ocean
Oh great sea
Run to the ocean
Run to the sea




"One Tree Hill" is the ninth track and final single from U2's 1987 album, The Joshua Tree. The single was released exclusively in New Zealand in 1988 where it went to number one. The title of the song refers to One Tree Hill, a volcanic peak in Auckland, New Zealand. At the time of the song's release, a single Monterey pine tree stood on the hill. The tree was removed in 2000, 6 years after being chainsawed by a Māori activist. The song was written in memory of Bono's personal assistant, Greg Carroll, a native of New Zealand, who died in a 1986 motorcycle crash in Dublin. The lyrics also reference Chilean folk singer Victor Jara."

sexta-feira, novembro 23, 2007

...nesta data repost


Rapariga na Janela - Salvador Dali
Fim

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.

Mário de Sá Carneiro


...para alguém muito especial que já partiu...tenho a certeza que foste de "burro"...

Enjoy the Silence

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Cant you understand
Oh my little girl(...)

Dia da Floresta Autóctone

Encosta da Ladeira- Ribeira da Lapa - Vila do Carvalho

Dia da Floresta Autóctone

23 de Novembro é o Dia da Floresta Autóctone. A QUERCUS assinala o dia com campanhas de sensibilização e florestação e alerta para o facto dos nossos carvalhais, com a excepção dos sobreirais e azinhais, carecerem de protecção legal.

QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza

quinta-feira, novembro 22, 2007

e porque o Natal está perto...



Dia 20 de Novembro foi re-editada a colectânea «A Very Special Christmas» que conta com a participação dos U2 com o tema «Christmas (Baby, Please Come Home)».

Será lançada uma versão em DVD, contendo o melhor das 5 edições do album. A musica dos U2,
é da autoria de Phil Spector, e foi gravada em Glasgow a 30 de Julho de 1987.

U2 claro...








Álbum de suporte ao Special Olympics

Um bom exemplo...


novo site brevemente disponível http://www.cise-seia.org.pt/


e do outro lado, carinhosamente Trás Serra, esta é na minha opinião uma aposta ganha por parte da Câmara Municipal de Seia.

Situado na quinta do Carvalhal, no centro da cidade de Seia, o Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE) apresenta um conjunto de equipamentos didácticos e científicos numa área ambiental com cerca de três hectares.
Cise
Focalizado na descoberta da serra da Estrela, o CISE exibe uma exposição permanente e interactiva, onde é possível viajar por toda a serra da Estrela. A própria quinta do Carvalhal, com a sua biodiversidade e percurso pedagógico ambiental convidam a momentos de lazer, por entre azevinhos, medronheiros, carvalhos e cedros. A área científica é composta por um centro documental, uma sala de Sistema de Informação Geográfica, laboratórios de geologia, arqueologia, fauna e flora, fotografia e um banco de sementes, que complementam a estrutura, potenciando o desenvolvimento de programas científicos e de educação ambiental.

Promovem-se ainda, durante todo o ano, saídas de campo e exposições temáticas de carácter temporário e permanente. Até ao final do ano, está patente uma exposição de insectos da Sociedade Portuguesa de Entomologia.


LogotipoCISE

Rua Visconde Molelos
6270-423 Seia
Telefone: 238 320 300
Fax: 238 320 309
E-mail: cise@cm-seia.ptEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o JavaScript terá de estar activado para que possa visualizar o endereço de email

Horário:

Terça a Domingo: 10h às 18h

Câmara Municipal de Seia


terça-feira, novembro 20, 2007

Joshua Tree 20 anos depois no dia 20 ...

http://joshuatree.u2.com/

U2 THE JOSHUA TREE

O álbum 'The Joshua Tree' foi rigorosamente remasterizado a partir das tapes originais para celebrar os 20 anos da sua edição. Está prevista a sua disponibilidade a partir do dia 3 de Dezembro de 2007.

"Tem havido um contínuo pedido pelos fans para terem o 'The Joshua Tree' remasterizado. Aqui está..." Paul McGuiness...

Em 1987, 'The Joshua Tree' chegou ao 1º lugar nos principais Tops mundiais e ganhou um Grammy para o álbum do ano, enquanto os U2 ganharam um Brit Award e apareceram na capa da revista Time. Incluíndo os singles 'With Or Without You', 'I Still Haven't Found What I'm Looking For' e 'Where The Streets Have No Name', 'The Joshua Tree' vendeu mais de 20 milhões de cópias em todo o mundo. Considerado pela revista Rolling Stone como um dos 500 melhores álbuns de sempre...



Red Hill Minning Town - Video Original vê a luz 20 anos depois, uma das melhores canções do Álbum...e eu sei que já o disse antes, mas para recordar, este foi o meu primeiro álbum de U2 em vinil, prenda de aniversário...

From father to son
The blood runs thin
See faces frozen still
Against the wind





Disco 1 (CD - temas remasterizados)
Where The Streets Have No Name, I Still Haven't Found What I'm Looking For, With Or Without You, Bullet The Blue Sky Running To Stand Still, Red Hill Mining Town, In God's Country, Trip Through Your Wires, o­ne Tree Hill, Exit, Mothers Of The Disappeared.

Disco 2 (CD - temas nunca antes editados e BSides)
Luminous Times (Hold o­n To Love), Walk To The Water, Spanish Eyes, Deep In The Heart, Silver And Gold, Sweetest Thing, Race Against Time, Where The Streets Have No Name [Single Edit], Silver And Gold [Sun City Version], Beautiful Ghost / Introduction To Songs Of Experience, Wave Of Sorrow (Birdland), Desert Of Our Love, Rise Up, Drunk Chicken / America.

Disco 3 (DVD)
Concerto da Joshua Tree Tour, gravado em Paris no dia 04/07/87, contendo os seguintes temas nunca antes editados em vídeo:

I Will Follow, Trip Through Your Wires, I Still Haven't Found What I'm Looking For, MLK, Unforgettable Fire, Sunday Bloody Sunday, Exit, In God's Country, The Electric Co., Bad, October, New Year's Day, Pride (In The Name Of Love), Bullet The Blue Sky, Running To Stand Still, With Or Without You, Party Girl, ''40''

Documentário - 'Outside It's America';
Videos: 'With Or Without You' e 'Red Hill Mining Town'.

sábado, novembro 17, 2007

"O Mundo sem nós"


Alan Weisman, autor de "O Mundo sem nós"

Se nada fizermos para travar a explosão demográfica e a sobre-exploração dos recursos, bastarão algumas décadas para a Humanidade entrar em colapso.

Alan Weisman passou mais de três anos a viajar pelo mundo e a conversar com centenas de especialistas para responder a uma pergunta: como evoluiria o planeta se os humanos desaparecessem? A resposta está em "O Mundo sem nós", um livro tão fascinante quanto provocador que chega esta semana a Portugal com a chancela da "Estrela Polar".

De passagem pelo nosso país, a convite da APDC-Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, onde participará, esta terça-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, na conferência "As TIC ao serviço do ambiente", Weisman falou ao Expresso.

O que o levou a escrever este livro?
Há anos que escrevo sobre o Ambiente e cubro assuntos ambientais em todo o planeta. Estas são questões urgentes que as pessoas necessitam saber. Quando olhamos para a questão do aquecimento global, percebemos que os assuntos ambientais estão todos relacionados entre si. Há pormenores que podem ser muito deprimentes, muito assustadores para as pessoas. Muitas pessoas que precisam saber o que se está a passar no nosso planeta, não querem pegar num livro que descreve em detalhe esta crise ambiental global. Por isso, tenho andado à procura de uma forma de escrever sobre isso sem afugentar os leitores e também conquistando uma audiência mais vasta que as pessoas que já têm consciência ambiental.

Porque decidiu criar um cenário onde a Humanidade já tinha desaparecido?
O que fiz foi, em vez de escrever um livro que afugenta as pessoas porque elas, ao lerem-no, pensam "Oh, este é um livro que diz que se não mudarmos o que estamos a fazer vamos todos morrer", escrever um livro em que já estamos todos mortos. A partir daí, o planeta começa a recuperar sem nós. Como se desenvolveria o resto da Natureza sem a pressão que lhe impomos todos os dias? Como lidaria com as coisas que deixaríamos? Por exemplo, lançamos muito dióxido de carbono na atmosfera. Quanto tempo levaria a Natureza a reabsorver esse dióxido de carbono? E em relação aos químicos, plásticos e material radioactivo? Poderá a Natureza curar-se do que lhe fizemos? E todos os nossos edifícios, todas as nossas cidades? O que lhes aconteceria? Poderia a Natureza apagar todos os nossos vestígios? São perguntas como essas que o livro tenta responder. As pessoas podem olhar para o futuro sem se preocuparem com o que lhes vai acontecer. No livro, já estão todas mortas.

As suas conclusões são baseadas em factos científicos?
Todo o que está no livro resulta de uma apurada pesquisa. Foram quase três anos e meio de investigação, mas muita da pesquisa que fiz no passado foi útil. Visitei muitos lugares em todo o Mundo e falei com centenas de cientistas e pessoas. Perguntei-lhes o que aconteceria se todos desaparecêssemos subitamente.

De certa forma, essa viagem ao futuro é também um regresso a um passado sem humanos.
No livro, falo com muitos paleontólogos e paleoecologistas para perceber como o mundo era antes das pessoas. Fui, por exemplo, a África para perceber como as pessoas evoluíram e fui a outros continentes, como a América do Norte, para perceber que animais viveram aqui antes da chegada dos humanos. Existiam muitos mais animais grandes, com mais de uma tonelada, que desapareceram com a chegada dos humanos.

Que conclusão o surpreendeu mais?
Diria duas coisas. Em primeiro lugar, fiquei muito surpreendido por perceber que havia tanto plástico no Mundo. A maioria dos resíduos de plástico acaba rapidamente a boiar no mar, porque é muito leve. Porque não temos micróbios na Terra capazes de comer o plástico - pode demorar milhares ou centenas de milhares de anos até tal acontecer -, este é quebrado pela força do mar em pedaços mais pequenos, que são comidos por muitas criaturas marinhas. É algo que me preocupa muito. A segunda situação é muito reconfortante. A vida é extremamente resistente. Tem uma força enorme e surpreendente. Irá encontrar sempre uma forma de regressar, mesmo quando acontecerem coisas más. Não estou preocupado com o planeta, porque a vida na Terra já passou por várias extinções e depois de partirmos a vida voltará. Poderá é ser diferente do que vemos hoje.

Ou seja, há vida na Terra para lá dos humanos.
Há, mas isso não quer dizer que não tenhamos que cuidar melhor o planeta. Não escrevi este livro porque pense que as pessoas devam desaparecer. Acredito que pertencemos a este planeta como as outras espécies. Trabalhamos muito para nos desenvolver, mas crescemos demasiado e tornamo-nos tão poderosos que estamos desequilibrados em relação ao resto da Natureza. Estamos a causar a destruição de outras espécies, incluindo espécies que precisamos, e, por isso, não conseguiremos sobreviver. O que espero que os leitores vejam no meu livro é como o mundo recuperaria e seria bonito sem os humanos e, com isso, pensar se existe uma forma de ficarmos na Terra e deixar que o resto da Natureza floresça de novo para que tenhamos um ambiente mais saudável.

É uma questão para desenvolver num próximo livro?
Talvez. No final deste, levanto uma questão que tem a ver com o facto de, a cada quatro dias, haver mais um milhão de pessoas na Terra. Deixo o leitor pensar como seria o Mundo se não nos estivéssemos a reproduzir à velocidade que estamos. Sempre que, na história da Terra, uma espécie cresceu demasiado, a sua população entrou em colapso. Algumas espécies extinguiram-se por completo. Se os seres humanos continuarem a crescer da forma que estão a crescer, se atingirmos nove mil milhões de seres humanos a meio deste século, isso talvez seja demasiado e a nossa população entre em colapso. Acho que devemos pensar em reduzir a população antes que a Natureza o faça por nós.

Devemos estar preocupados com o fim da Humanidade?
Acho que toda a gente já está. Mesmo os mais egoístas sabem que estamos a usar demasiados recursos e a criar demasiada poluição. As pessoas estão hoje muito preocupadas com o aquecimento global, muito mais que há 10 anos. Estas ideias são hoje importantes para muita, muita gente. O livro tem sido um "best-seller" nos Estados Unidos, no Canadá e na Alemanha, e está agora a ser publicado em 27 línguas diferentes. Não é apenas um livro para ambientalistas e ecologistas. O facto de estar a vender tantas cópias é a prova que muita gente está atenta, não apenas as pessoas que amam as árvores e a Natureza.

Esperava este sucesso?
De certa forma. Não queria escrever mais um livro sobre o ambiente que apenas algumas pessoas lessem. Quis escrever um livro que fosse acessível a muita gente e que fosse, simultaneamente, um livro interessante de se ler e não afugentasse os leitores. Estou muito grato por isso ter sido conseguido

in Jornal Expresso


Links:

http://www.worldwithoutus.com

Visual Timeline Slideshow: New York Without Us

Video publicado na revista Scientific American : The Earth Without Humans

Injustamente esquecido...

Fernando Farinha (Barreiro, 20 de Dezembro de 1928 - 12 de Fevereiro de 1988)



Em casa dos meus avós ouvia sempre falar do Fernando Farinha, com alguma revolta, que "nunca lhe deram valor, que ele sim era o verdadeiro fadista...".

Recordo da minha infância um ou outro fado e ter visto com a minha mãe o filme o "Míudo da Bica" de Constantino Esteves, baseado na vida do fadista.

Hoje começo a compreender todos esses argumentos...


Fernando Farinha

Talvez poucas pessoas saibam que esta figura tão típica da cidade de Lisboa e da sua memória nasceu, afinal, no Barreiro, em 1928. O seu pai, barbeiro, decide tentar a sorte na capital e, com 8 anos, o pequeno Fernando vem viver para o bairro do Bica.
No ano seguinte canta pela primeira vez em público, num concurso entre bairros. Triunfante, com alcunha logo ali ficou: o "Miúdo da Bica". Com 11 anos, por morte o pai, torna-se profissional do fado, para o que foi precisa licença especial. Apoiado pelo conhecido empresário José Miguel, vai ganhar 50 escudos por noite no Café Mondego. Pela mão de Fernando Santos, jornalista e autor, entra ainda criança no Teatro de Revista (Boa Vai Ela), na qual se estreia, igualmente, Laura Alves. Aufere 100 escudos por noite. Assim ampara a família.O percurso das casas de fados será o seu destino nos anos que se seguem: Retiro da Severa, Solar da Alegria, Café Latino. Com 23 anos vai pela primeira vez ao Brasil. Aí estará durante quatro meses, actuando nas rádios Tupi e Record, de São Paulo. Ao longo de toda a década de cinquenta internacionalizará, progressivamente, a sua carreira junto das prósperas comunidades portuguesas, sobretudo do Brasil.

Em 1957 é nomeado "A Voz mais portuguesa de Portugal", pela Rádio Peninsular.
Presente na televisão desde os seus alvores, Fernando Farinha participa no programa Melodias de Sempre.
A década de sessenta é o culminar da sua popularidade. Segundo classificado em 1961, triunfa em 1962 como Rei da Rádio. No ano seguinte vence o primeiro galardão "Disco de Ouro", à frente de Calvário e de Tudela. Em 1963 ganha o Oscar da Casa da Imprensa para melhor fadista. Participou nos filmes O Miúdo da Bica e Última Pega.
Continuou a sua carreira nas décadas seguintes, actuando sobretudo para as comunidades de emigrantes. Uma das suas facetas menos conhecidas é a sua capacidade como letrista e poeta popular.

Principais êxitos:

Sou do Povo, Deus Queira, Belos Tempos, Dias Contados, Menina do Rés-do-Chão, Fado das Trincheiras, Eterna Amizade, Guitarra Triste.
Segue-se um texto do Blog Fado de Lisboa
Fernando Tavares Farinha nasceu no Barreiro em 1928. Aos 7 anos já cantava nas casa tipícas de fado e lhe valeu o cognome.
A sua carreira foi de 53 anos em que lançou gravações de emormes éxitos como Belos Tempos, Deus Queira, Não Isso Não, Destino Marcado, Canção de Lisboa, Fado das Trincheiras e centenas mais.
Em 1963 foi premiado Rei da Rádio e o seu sucesso encontrou-o durante as décadas de 60 e 70.
Foi um artista muito querido pelos emigrantes Portuguêses espalhados pelo mundo e realizou diversas digressões pelo estrangeiro e foi numa delas ao Canadá em 1984 que o conheci pessoalmente e mantive como amigo até à sua morte em 1988.
Era uma pessoa simples, nostálgica e gostava de discutir política.
Disposto para ajudar, foi um grande poeta e tocava viola aonde musicou diversos dos seus poemas.
Foi casado cerca de quarenta anos e sem filhos; morou mais de trinta anos na mesma casa na Rua Maria Pia que eu frequentei várias vezes.
Foi um dos primeiros fadistas a gravar e actuar com a presença do instrumento viola-baixo tocado pelo Joel Pina no celebrado Conjunto de Guitarras de Raúl Nery.
Foi respeitado por outros artistas afastados do fado e seus grandes amigos foram Tristão da Silva, Manuel de Almeida, Raúl Nery e António Calvário.

http://www.portaldofado.net/content/view/211/67/

Canção de Lisboa Mp3

Quando o fado era cantado
pelas tabernas de Alfama
ninguém diria que o fado
viesse a ter boa fama.
Era a canção
da bebedeira e do calão,
da rufiagem, capelão
e dos fadistas de samarra
e mal diria
a Madragoa e a Mouraria
quem em Lisboa inda haveria
assim tal gosto pela guitarra.


Adeus tardes de toiradas
com guitarras e cantigas
adeus noites bem passadas
com bom vinho e raparigas.

Hoje os fadistas
são tratados por artistas
e aclamados nas revistas
com ovações delirantes.
Vestem do bom
e por ser chique e ser do tom
já vão à tarde ao Odeon
se as matinés são elegantes.

Hoje o fado já não tem
a rufiagem por tema.
Poliu-se, já é alguém
e até já vai ao cinema.

O fado agora
é pedido a toda a hora
e ouvido p?lo mundo fora
com alegria e agrado
e há-de chegar |
a Hollywood e ter lugar, |
pois não se ilude quem pensar | (2x)
que há-de ser grande o nosso fado. |


sexta-feira, novembro 16, 2007

Bad


"Bad" U2 1984 album, The Unforgettable Fire.



If you twist and turn away
If you tear yourself in two again
If I could, yes I would
If I could, I would
Let it go
Surrender
Dislocate

If I could throw this
Lifeless lifeline to the wind
Leave this heart of clay
See you walk, walk away
Into the night
And through the rain
Into the half-light
And through the flame

If I could through myself
Set your spirit free
I'd lead your heart away
See you break, break away
Into the light
And to the day

To let it go
And so to fade away
To let it go
And so fade away

I'm wide awake
I'm wide awake
Wide awake
I'm not sleeping
Oh, no, no, no

If you should ask then maybe they'd
Tell you what I would say
True colors fly in blue and black
Bruised silken sky and burning flag
Colors crash, collide in blood shot eyes

If I could, you know I would
If I could, I would
Let it go...

This desperation
Dislocation
Separation
Condemnation
Revelation
In temptation
Isolation
Desolation
Let it go

And so fade away
To let it go
And so fade away
To let it go
And so to fade away

I'm wide awake
I'm wide awake
Wide awake
I'm not sleeping
Oh, no, no, no

Elogio da Velhice

Covão da Ponte - Novembro 2006


Todas as flores aspiram a ser fruto
todas as manhãs a ser noite,
Nada de eterno na Terra
A não ser a mudança, a fuga

Mesmo o mais belo dos Verões anseia
Por conhecer o Outono, o definhar.
Aguenta-te, folha, mantém-te calma,
Quando o vento te quiser arrebatar.

Deixa estar, não tentes defender-te
Que aconteça o que tiver de ser.
Deixa o vento, que te arranca e parte,
de regresso a casa conduzir-te.

HERMANN HESSE, Elogio da Velhice


quarta-feira, novembro 14, 2007

Dia 25 - Caminhada " O MANECAS"


Informações:

Programa:
Concentração: 08:00 na sede dos A.V.M.
Inicio: 09:30 na Pousada da Juventude (Penhas da Saúde)
Duração: +/- 4:00h
Grau de Dificuldade: Fácil / Médio

Percurso:
Pousada da Juventude (Penhas da Saúde) - Curral do Vento - Lapa das Cachopas - Fonte Serra - Vila do Carvalho

Conselhos:
- utilizar botas cómodas (botas de montanha);
- Peúgas macias sem costuras;
- Protecção para a cabeça, roupa adequada ao estado do tempo;
- Levar um impermeável ou roupa de abafo (a situação climatérica é imprevisível);
- Uma pequena mochila com farnel.

Inscrições limitadas até ao dia 23 de Novembro:
Na sede dos AVM (pelo telefone 275 333 741 todos os dias das 21:00 até às 23:30) ou na INATEL delegação da Covilhã.

ou por e-mail: avmouros@sapo.pt

terça-feira, novembro 13, 2007

Dobrada à moda do Porto

Dobrada à moda do Porto

Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo,
Serviram-me o amor como dobrada fria.
Disse delicadamente ao missionário da cozinha
Que preferia quente,
Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria.

Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a rua.

Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo...

(Sei muito bem que na minha infância de toda a gente houve um jardim,
Particular ou público, ou do vizinho.
Sei muito bem que brincarmos era o dono dele
E que a tristeza é de hoje).

Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram
Dobrada à moda do Porto fria?
Não é prato que se possa comer frio,
Mas trouxeram-mo frio.
Não me queixei, mas estava frio,
Nunca se pode comer frio, mas veio frio.


Álvaro de Campos

segunda-feira, novembro 12, 2007

Tempo seco mantém-se nos próximos três meses

Tempo seco mantém-se nos próximos três meses

O tempo seco vai manter-se no país. A previsão sazonal do Instituto de Meteorologia indica que a queda de chuva será inferior aos valores médios, ao longo dos próximos três meses.
A situação de seca meteorologia vai continuar em Portugal continental, segundo informação confirmada à TSF por Teresa Abrantes.

A directora do departamento de Meteorologia e Clima fala numa tendência para uma descida da temperatura. Mas a chuva, mesmo nos próximos meses, vai ficar abaixo dos valores médios.

«A última previsão sazonal que temos indica que iremos ter precipitações abaixo dos valores normais, não quer dizer que não tenhamos chuva mas a previsão é que seja abaixo do normal», explica.

Teresa Abrantes explicou à TSF as razões para esta seca meteorológica: «Neste momento estamos com uma situação de anticiclone que está mais a norte do que é normal, provocando períodos consecutivos com situações de Leste e formando uma situação de bloqueio que impede a aproximação de depressões».

TSF online

Festival RTP 1967 - Eduardo Nascimento - O Vento Mudou

a propósito de uma noite de tertúlia na Filarmónica Recreativa Carvalhense e de um determinado regime...



...Música de Nuno Nazareth Fernandes e Letra de João Magalhães Pereira, interpretado por Eduardo Nascimento em 1967.

sábado, novembro 10, 2007

São Martinho - Santo dos bons bebedores, da amizade, da partilha, da abundância...

Pintura na Cathédrale Saint Gatien (Tours) representando Martinho de Tours

A Lenda de São Martinho e os magustos

Segundo a lenda, S. Martinho era um cavaleiro que num dia tempestuoso e frio, enquanto vigiava o castelo, encontrou um mendigo cheio de frio e sem abrigo. S. Martinho não hesitou, desceu do cavalo e com a sua espada cortou a sua capa de militar dando metade ao mendigo. Apesar de mal agasalhado e de chover torrencialmente preparava-se para continuar o seu caminho quando de repente a tempestade desapareceu e deu lugar a um sol brilhante. Diz-se que Deus para lembrar o facto de bondade praticado pelo Santo, dá em meados do Outono uns belos dias de sol, a que o povo chama « Verão de S. Martinho». Associando-se ao facto, ou apenas para aproveitar o bom tempo, também as pessoas fazem os magustos. Principalmente as crianças gostam de celebrar o dia de S. Martinho, comendo castanhas assadas e cantando belas canções tradicionais. Faz-se uma fogueira e põem-se as castanhas a assar. Enquanto vão estalando os meninos dançam à volta da fogueira. Depois de assadas as crianças vão-se enfarruscando e comendo.

Ana Isabel, 3º Ano (EB1 Sede Nº4, Fafe)

e temos...

"Dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho"

"Pelo São Martinho, prova o teu vinho, ao cabo de um ano já não te faz dano"

"Pelo São Martinho mata o teu porco e bebe o teu vinho"

"Pelo São Martinho semeia favas e linho"

"No dia de São Martinho fura o teu pipinho"

"O Verão de São Martinho é bom mas é curtinho"

"No dia de São Martinho vai-se à adega e prova-se o vinho"

"No dia de São Martinho bebe o vinho e deixa a água para o moinho"

O maior assador de castanhas está em Lisboa


O maior assador de castanhas está em Lisboa

Toneladas de castanhas assadas no maior assador do mundo são despejadas amanhã no Terreiro do Paço para comemorar a Festa de São Martinho. O fruto do Outono servirá para presentear os milhares de pessoas que a câmara de municipal espera que visitem a Baixa de Lisboa.

No centro da Praça do Comércio será colocado um gigante assador, que viajou de Trás-os-Montes até à capital. O utensílio foi este mês considerado pelo Guinness World Records como o maior assador do mundo e este reconhecimento levou a autarquia de Lisboa a convidar o município de Vinhais a realizar um "megamagusto".(...)

in Diário de Notícias

sexta-feira, novembro 09, 2007

e porque hoje é sexta-feira...



Disco Sound
1978,
Thank God it's Friday, Love and Kisses.



ou então1992, Álbum Wish, Friday I'm in Love, The Cure.






Friday I'm In Love

I don't care if monday's blue
Tuesday's grey and wednesday too
Thursday i don't care about you
It's friday i'm in love
Monday you can fall apart
Tuesday wednesday break my heart
Thursday doesn't even start
It's friday i'm in love

Saturday wait
And sunday always comes too late
But friday never hesitate...

I don't care if monday's black
Tuesday wednesday heart attack
Thursday never looking back
It's friday i'm in love

Monday you can hold your head
Tuesday wednesday stay in bed
Or thursday watch the walls instead
It's friday i'm in love

Saturday wait
And sunday always comes too late
But friday never hesitate...

Dressed up to the eyes
It's a wonderful surprise
To see your shoes and your spirits rise
Throwing out your frown
And just smiling at the sound
And as sleek as a shriek
Spinning round and round
Always take a big bite
It's such a gorgeous sight
To see you eat in the middle of the night
You can never get enough
Enough of this stuff
It's friday
I'm in love

quinta-feira, novembro 08, 2007

Daddy

Sylvia Plath
Daddy

You do not do, you do not do
Any more, black shoe
In which I have lived like a foot
For thirty years, poor and white,
Barely daring to breathe or Achoo.

Daddy, I have had to kill you.
You died before I had time--
Marble-heavy, a bag full of God,
Ghastly statue with one gray toe
Big as a Frisco seal

And a head in the freakish Atlantic
Where it pours bean green over blue
In the waters off beautiful Nauset.
I used to pray to recover you.
Ach, du.

In the German tongue, in the Polish town
Scraped flat by the roller
Of wars, wars, wars.
But the name of the town is common.
My Polack friend

Says there are a dozen or two.
So I never could tell where you
Put your foot, your root,
I never could talk to you.
The tongue stuck in my jaw.

It stuck in a barb wire snare.
Ich, ich, ich, ich,
I could hardly speak.
I thought every German was you.
And the language obscene

An engine, an engine
Chuffing me off like a Jew.
A Jew to Dachau, Auschwitz, Belsen.
I began to talk like a Jew.
I think I may well be a Jew.

The snows of the Tyrol, the clear beer of Vienna
Are not very pure or true.
With my gipsy ancestress and my weird luck
And my Taroc pack and my Taroc pack
I may be a bit of a Jew.

I have always been scared of you,
With your Luftwaffe, your gobbledygoo.
And your neat mustache
And your Aryan eye, bright blue.
Panzer-man, panzer-man, O You--

Not God but a swastika
So black no sky could squeak through.
Every woman adores a Fascist,
The boot in the face, the brute
Brute heart of a brute like you.

You stand at the blackboard, daddy,
In the picture I have of you,
A cleft in your chin instead of your foot
But no less a devil for that, no not
Any less the black man who

Bit my pretty red heart in two.
I was ten when they buried you.
At twenty I tried to die
And get back, back, back to you.
I thought even the bones would do.

But they pulled me out of the sack,
And they stuck me together with glue.
And then I knew what to do.
I made a model of you,
A man in black with a Meinkampf look

And a love of the rack and the screw.
And I said I do, I do.
So daddy, I'm finally through.
The black telephone's off at the root,
The voices just can't worm through.

If I've killed one man, I've killed two--
The vampire who said he was you
And drank my blood for a year,
Seven years, if you want to know.
Daddy, you can lie back now.

There's a stake in your fat black heart
And the villagers never liked you.
They are dancing and stamping on you.
They always knew it was you.
Daddy, daddy, you bastard, I'm through.


Sylvia Plath, "Ariel", 1966

«Alterações Climáticas – haverá neve na Serra da Estrela?»


Na RTP 2 de segunda a sexta, às 14h, em directo, com Fernanda Freitas.

«Alterações Climáticas – haverá neve na Serra da Estrela?» é o tema que será debatido no programa Sociedade Civil, dia 8 de Novembro, às 14h00.


O Painel Internacional sobre as Alterações Climáticas, organismo das Nações Unidas, prevê que a temperatura global média aumente entre 1,8 a 4°C, no pior cenário, 6,4°C , até 2100.

Perante esta situação, a população mundial terá de agir para limitar as emissões dos gases com efeito de estufa.

Para falar sobre este tema, o programa da RTP2 contará com a presença de Filipe Duarte Santos, Professor de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Francisco Ferreira, da QUERCUS e Fernando Santo, bastonário da Ordem dos Engenheiros.

http://www.fabricadeconteudos.com

quarta-feira, novembro 07, 2007

abstracção...


Para sentir a delícia e o terror da velocidade não preciso de automóveis velozes nem de comboios expressos. Basta-me um carro eléctrico e a espantosa faculdade de abstracção que tenho e cultivo.

Num carro eléctrico em marcha eu sei, por uma atitude constante e instantânea de análise, separar a ideia de carro da ideia de velocidade, separá-las de todo, até serem coisas-reais diversas. Depois, posso sentir-me seguindo não dentro do carro mas dentro da Mera-Velocidade dele. E, cansado, se acaso quero o delírio da velocidade enorme, posso transportar a ideia para o Puro Imitar da Velocidade e a meu bom prazer aumentá-la ou diminuí-la, alargá-la para além de todas as velocidades possíveis de veículos comboios.

Correr riscos reais, além de me apavorar, não é por medo que eu sinta excessivamente – perturba-me a perfeita atenção às minhas sensações, o que me incomoda e me despersonaliza.

Nunca vou para onde há risco. Tenho medo a tédio dos perigos. Um poente é um fenómeno intelectual.

Fernando Pessoa, O Livro do Desassossego por Bernardo Soares(excerto)

Esgotos na Serra da Estrela... os da Torre (novamente)!


e via Estrela no seu melhor

...tudo aquilo que já sabemos e tem sido tão bem denunciado, mas que parece que não tem ou nunca terá solução...trolaró, trolaró, la la la la....




" Quem não se lembra destas fantabulásticas declarações do então responsável pelo PNSE, senhor Fernando Matos:
1 - "o mau tempo que se verificou no final de Novembro, sobretudo o vento forte, derrubou uma torre de iluminação e de comunicações móveis que caiu sobre os tubos da canalização, rebentando-os. A partir daquela altura, os resíduos escorrem pela serra."
2 - “trata-se de uma situação que nos preocupa, mas que ainda não foi possível resolver devido às condições climatéricas” "

Estas declarações fizeram-me rir no "passado"... é tristemente hilariante...

in http://estrelanoseumelhor.blogspot.com

terça-feira, novembro 06, 2007

The Saints Are Coming



The Saints Are Coming (U2 & GreenDay)

The Skids

[The Skids Cover]

There is a house in New Orleans, they call the Rising Sun
It's been the ruin of many a poor boy, and God, I know I'm one.

I cried to my daddy on the telephone,
how long now?
Until the clouds unroll and you come home,
the line went.
But the shadows still remain since your descent,
your descent.

I cried to my daddy on the telephone,
how long now?
Until the clouds unroll and you come home,
the line went.
But the shadows still remain since your descent,
your descent.

The saints are coming, the saints are coming.
I say no matter how I try, I realise there's no reply.
The saints are coming, the saints are coming.
I say no matter how I try, I realise there's no reply.

A drowning sorrow floods the deepest grief,
how long now?
Until the weather change condemns belief,
how long now?
When the night watchman lets in the thief
Whats wrong now?

The saints are coming, the saints are coming
I say no matter how I try, I realise there's no reply.
The saints are coming, the saints are coming
I say no matter how I try, I realise there's no reply.
I say no matter how I try, I realise there's no reply.
I say no matter how I try, I realise there's no reply.

Poema sobre o desastre de Lisboa


Poema sobre o desastre de Lisboa

(...)Ó infelizes mortais! Ó deplorável terra!
Ó agregado horrendo que a todos os mortais encerra!
Exercício eterno que inúteis dores mantém!
Filósofos iludos que bradais «Tudo está bem»;
Acorrei, contemplai estas ruínas malfadas,
Estes escombros, estes despojos, estas cinzas desgraçadas,
Estas mulheres, estes infantes uns nos outros amontoados
Estes membros dispersos sob estes mármores quebrados
Cem mil desafortunados que a terra devora,
Os quais, sangrando, despedaçados, e palpitantes embora,
Enterrados com seus tectos terminam sem assistência
No horror dos tormentos sua lamentosa existência!
Aos gritos balbuciados por suas vozes expirantes,
Ao espectáculo medonhos de suas cinzasfumegantes,
Direis vós: «Eis das eternas leis o cumprimento,
Que de um Deus livre e bom requer o discernimento?»
Direis vós, perante tal amontoado de vítimas:
«Deus vingou-se, a morte deles é o preço de seus crimes?»
Que crime, que falta cometeram estes infantes
Sobre o seio materno esmagados e sangrantes?
Lisboa, que não é mais, teve ela mais vícios
Que Londres, que Paris, mergulhadas nas delícias?
Lisboa está arruinada, e dança-se em Paris.(...)

Voltaire (excerto)


e na desgraça...temos então
Cândido de Voltaire ou a Lettre à Voltaire sur la Providence de Rousseau ou o Juízo da verdadeira causa do terramoto de Gabriel Malagrida

Trangalhadanças 2007


Aí está mais um Trangalhadanças. O segundo!
O ojectivo de trazer bom teatro para as crianças e jovens do distrito e contribuir para denvolver o seu sentido crítico e estético pode realizar-se permitindo-lhes assistir a propostas teatrais as mais diversas. Do Porto chega-nos um espectáculo acerca do "universo dos pesadelos", tão característico da infância ("Ai que medo!", Panmixia); de Lisboa, um espectáculo de poesia representada e apoiada no multimédia, a pensar no público infanto-juvenil ("Tudo gira", Margarida Mestre); de Vila Nova de Gaia, espectáculo de poesia ("Diz que diz" Teatro do Frio); de Évora, um espectáculo a dirigido aos adolescentes que utiliza os códigos de representação da commedia del`arte ("Vem aí os cómicos", Pim Teatro) e...finalmente, o Váatão que estreia a sua 18ª Produção. "As Duas Arcas", um original de António Batista escrito para o Váatão.


http://www.vaatao-teatro.blogspot.com/

Váatão Teatro de Castelo Branco | Urbanização de S. Tiago R/C Esq. 6000-179 Castelo Branco tel: 272 322 383 fax: 272327165 . tlm: 967 948 555 | http://www.vaataoteatro.com | mail: teatrovaatao@hotmail.com

segunda-feira, novembro 05, 2007

O Mostrengo...

Adamastor, miradouro de Santa Catarina, Lisboa


O Mostrengo

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,

E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:

«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,

Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»

E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,

E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme

E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»

Mensagem
Fernando Pessoa

uma espécie de Outono

Sítio da ladeira (encosta da serra , Vila do Carvalho, 4 de Novembro)

...e esta espécie de Outono vai fazendo o seu trabalho nesta tão flagelada encosta da serra de Vila do Carvalho... os fungos procedem à decomposição da matéria e um pequeno pinheiro tenta romper, qual fénix...