- Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
- Não há nada mais simples.
- Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
- Entre uma e outra todos os dias são meus.
-
- Fernando Pessoa/Alberto Caeiro; Poemas Inconjuntos; Escrito entre 1913-15; Publicado em Atena nº 5, Fevereiro de 1925
A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor! Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perere
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste
Ricardo Reis
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