(...)Poeta das canções, José Carlos Ary dos Santos tinha o dom da palavra e gostava de ver as suas palavras ganhar forma em canções. 25 anos após a sua morte, alguns poemas que deixou voltam à vida. No feminino. Mafalda Arnauth, Susana Félix, Viviane e Luanda Cozetti abrem as janelas que dão para a Rua da Saudade.
A Rua da Saudade, em Alfama, Lisboa, acompanhou grande parte da vida de José Carlos Ary dos Santos, poeta, publicitário e autor de algumas das canções mais marcantes do cancioneiro pop nacional. "Desfolhada Portuguesa", interpretada por Simone de Oliveira, "Tourada", na voz de Fernando Tordo, ou "Estrela da Tarde", celebrizada por Carlos do Carmo, são apenas a ponta do icebergue do legado criativo que Ary dos Santos deixou. Hoje, 25 anos passados da sua morte, o seu génio é recuperado pelo projecto com o nome da rua alfacinha onde viveu, composto por quatro cantoras de hemisférios musicais bem diferentes. Mafalda Arnauth, Susana Félix, Viviane e Luanda Cozetti (Couple Coffee) juntaram-se para reviver poemas de Ary sob a batuta de Renato Jr., produtor e mentor de um projecto que se apresenta ao mundo com o álbum Canções de Ary dos Santos . (...)
A Rua da Saudade, em Alfama, Lisboa, acompanhou grande parte da vida de José Carlos Ary dos Santos, poeta, publicitário e autor de algumas das canções mais marcantes do cancioneiro pop nacional. "Desfolhada Portuguesa", interpretada por Simone de Oliveira, "Tourada", na voz de Fernando Tordo, ou "Estrela da Tarde", celebrizada por Carlos do Carmo, são apenas a ponta do icebergue do legado criativo que Ary dos Santos deixou. Hoje, 25 anos passados da sua morte, o seu génio é recuperado pelo projecto com o nome da rua alfacinha onde viveu, composto por quatro cantoras de hemisférios musicais bem diferentes. Mafalda Arnauth, Susana Félix, Viviane e Luanda Cozetti (Couple Coffee) juntaram-se para reviver poemas de Ary sob a batuta de Renato Jr., produtor e mentor de um projecto que se apresenta ao mundo com o álbum Canções de Ary dos Santos . (...)
Cavalo à solta
Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.
Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.
Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.
Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.
Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.
José Carlos Ary dos Santos
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