terça-feira, abril 04, 2006

PNSE sem dinheiro para publicações turísticas


Brochuras e folhetos vão passar a ser elaborados pelo Instituto de Conservação da Natureza

PNSE sem dinheiro para publicações turísticas

O Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) não vai editar este ano as habituais publicações de divulgação da maior área protegida do país, sendo as mais relevantes a carta turística do PNSE e algumas brochuras sobre habitats e espécies ali existentes. Isto porque não terá verbas suficientes para proceder à elaboração daqueles documentos de informação turística. A partir deste ano, as publicações serão da responsabilidade do Instituto de Conservação da Natureza (ICN), organismo que tutela os parques naturais.
«A partir de agora, tudo o que sejam publicações, brochuras ou folhetos de divulgação dos parques naturais estão centralizados na Divisão de Informação e Divulgação do ICN», confirmou a "O Interior" Fernando Matos, director do PNSE. Para algumas das entidades ligadas ao parque, a decisão apenas confirma que o organismo não tem dinheiro para levar a cabo as actividades traçadas no plano de desenvolvimento. É que a edição destas publicações, entre as quais o êxito "À Descoberta da Estrela", foi uma das estratégias definidas pelo director para estimular os visitantes ao turismo natural da Estrela. Na verdade, a verba «já não chegou» no ano passado para fazer as brochuras necessárias, reconheceu Fernando Matos, explicando que as mesmas «esgotaram durante o ano e quando houve necessidade de editarmos mais já não tínhamos verbas disponíveis». No entanto, o director do PNSE considera que o orçamento da área protegida «dá para fazer toda as actividades» previstas no Plano, mas reconhece que é, «por vezes, insuficiente» para «fazer tudo o que gostaria».
É que esta é a maior área protegida do país, com mais de 101 mil hectares de actuação, e abrangendo também cerca de 100 freguesias e aglomerados urbanos de seis concelhos: todo de Manteigas e partes dos de Celorico da Beira, Guarda, Covilhã, Seia e Gouveia.
Por isso, o responsável considera esta solução do ICN «positiva», pois «sairá mais barato e reduzirá os custos inerentes a estas edições», sustenta, relembrando que a medida abarcará todos os parques naturais portugueses. Além disso, as brochuras continuarão a ser sugeridas por cada área protegida. De todas as publicações feitas pelo PNSE, Fernando Matos destaca duas fundamentais: a carta turística e a brochura de divulgação do parque. Sem a despesa destinada a estes documentos, o director vai centrar o Orçamento para 2006 – que ainda está por aprovar – em três áreas específicas, nomeadamente na «conservação e valorização das espécies e habitats, na gestão e conservação da área florestal e na inventariação, caracterização e monitorização do parque natural». O orçamento deverá rondar os 600 mil euros. A zona abrangida pelo PNSE é considerada como um local de interesse elevado, face à diversidade de espécies de flora e fauna, e cujo valor foi reconhecido pela atribuição do estatuto de Reserva Biogenética pelo Conselho da Europa.

Liliana Correia /Jornal O Interior

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