quinta-feira, novembro 16, 2006

Ainda há Pastores?



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Há-de ser o que vier!". A afirmação partiu do ti João Grazina, momentos antes da divulgação dos premiados do Cine Eco - Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela, anteontem à noite, em Seia. Ti João Grazina é um dos protagonistas do documentário "Ainda há pastores?", do jovem realizador Jorge Pelicano, que aborda a "dura sina de ser pastor na serra da Estrela". A película foi distinguida pelo certame serrano com o Prémio Especial da Lusofonia. O filme arrecadou ainda uma menção honrosa atribuída pelo Júri da Juventude.




"Fiquei contente por ser considerado o melhor filme entre os países de língua oficial portuguesa presentes no concurso. Quando começámos, há cinco anos, a trabalhar neste documentário não imaginava que teria a crítica positiva que está a receber", disse ao JN Jorge Pelicano, natural da Figueira da Foz.

O realizador de 29 anos é repórter de imagem 'freelancer' para a SIC, desde 2001, altura em que decidiu fazer o documentário, após uma reportagem feita pelo canal televisivo. "Ainda há pastores?" é o seu primeiro documentário.

"É o meu primeiro filme, o meu primeiro festival, o primeiro prémio e primeira menção honrosa. A distinção é deveras estimulante e, naturalmente, estes resultados dão ainda mais força para continuar em frente", referiu o autor.

O documentário foi rodado no silêncio do vale de Casais de Folgosinho, entre as montanhas da serra da Estrela, em tempos um autêntico santuário de pastores. O filme, que tem locução do jornalista Fernando Alves, da TSF, conta a história de Hermínio, 28 anos. "Dizem que é o pastor mais novo, mas também o mais doido. O futuro de Hermínio é inquietante. Até quando o jovem Hermínio será pastor?", lê-se na sinopse do filme, de produção independente. "É um filme que revela uma visão que poucos conhecem da vida difícil de um jovem guardador", revelou Jorge Pelicano.

"Valeu o esforço"

A película foi rodada nos últimos cinco anos, nos intervalos da vida intensa da vida do repórter de imagem; usa o suporte DVCAM e tem 72 minutos de duração. "O esforço para realizar o documentário valeu a pena e, agora, quero divulgá-lo junto do maior número possível de pessoas", afirmou o realizador, revelando que o filme está a ser já traduzido para a língua inglesa, de forma a ser integrado em certames cinematográficos internacionais.


Jornal de Notícias

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