e uma efeméride se aproxima ...
(...)Pouco depois, Horácio entrava na Aldeia do Carvalho. O lugar, de ruelas sinuosas, becos soturnos, casas a derruírem de velhice e de pobreza, assemelhava-se, no seu aspecto físico, carregado de negrume, a quase todos os povoados beirões. A Aldeia do Carvalho distinguia-se de muitas outras apenas porque, em vez de se entregar somente a vida pastoril e agrícola, a maioria dos seus habitantes trabalhava nas fábricas da Covilhã. Horácio viera ali só uma vez; apesar disso, lembrava-se bem da casa de Manuel Peixoto, companheiro de pastoreio nos altos da serra. Justamente porque Maio ia no fim, ele temia que o amigo houvesse já abalado para as pastagens dos cimos.(...)
Ferreira de Castro, A Lã e a Neve
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