Portugal promove valor de mercado da biodiversidade
Portugal, Alemanha e Eslovénia vão criar, no quadro das presidências europeias dos três países, um programa conjunto que visa promover o valor de mercado da biodiversidade, anunciou hoje o presidente do Instituto de Conservação da Natureza. A primeira reunião do grupo de trabalho teve lugar na semana passada em Lisboa e juntou responsáveis pela conservação da natureza dos três países para preparar este programa, que está a ser desenvolvido no quadro das Presidências do Conselho da União Europeia que Alemanha, Portugal e Eslovénia vão exercer, sucessivamente por períodos de seis meses, a partir de 1 de Janeiro de 2007. «O objectivo é preparar um programa de acção comum que promova a articulação entre os sistemas de biodiversidade e as empresas, partindo do pressuposto de que quem trabalha com os temas da biodiversidade tem pouca ligação com a lógica empresarial e vice-versa», declarou João Menezes à agência Lusa. A ideia é levar as empresas a aderirem a acordos voluntários «que vão além da legislação e regulamentos relativos à conservação da natureza», reconhecendo a importância e o respeito pela biodiversidade, bem como o seu valor de mercado, referiu. «Nalgumas áreas, estes mercados já estão estabelecidos como acontece com as alterações climáticas e o mercado de carbono. O objectivo é adaptar este modelo à biodiversidade, iniciando o processo de reconhecimento do seu valor de mercado», adiantou o presidente do ICN. João Menezes considerou que é um processo em que «todos ganham»: a conservação da natureza, porque consegue parceiros com mais recursos, e as empresas, porque vêem este valor reconhecido pelos seus clientes, valorizando os seus produtos e as suas marcas, «à semelhança do que acontece com o conceito de responsabilidade social». Na data em que se assinala o Dia Nacional da Conservação da Natureza, João Menezes salientou ainda a mudança de paradigma no ICN, que passa de uma «política muito marcada pelo ordenamento do território» para uma política que «assenta mais nas parcerias, nos acordos e no envolvimento da comunidade». «O Plano Sectorial de Rede Natura já está concluído e até ao final do ano vamos ter planos de ordenamento com regras claras para todas as áreas protegidas. Agora é tempo de nos virarmos para as parcerias e para a contratualização». Sobre a reestruturação do ICN, o presidente disse que foi uma opção política optar pela manutenção desta entidade como instituto público em vez de ser transformada em entidade pública empresarial (EPE), já que seria garantido o reforço da capacidade operacional. O Dia Nacional da Conservação da Natureza é hoje celebrado com o anúncio da proposta de classificação do Cabo Mondego como monumento natural e com a primeira Feira Nacional de Parques Naturais e Ambiente, que decorre até domingo em Olhão.in Diário Digital
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