CONTRIBUIÇÃO PARA O CONHECIMENTO DOS MACROLEPIDÓPTEROS DO PARQUE NATURAL DA SERRA DA ESTRELA, PORTUGAL (LEPIDOPTERA)
Eduardo Marabuto, Pedro Pires & João Pedro Cardoso TAGIS – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal – Museu Nacional de História Natural Rua da Escola Politécnica, 58 1269-102 Lisboa (Portugal) – web: www.tagis.net; e-mail: tagis@tagis.net
Resumen:
Durante una expedición de tres días y noches en el sur del Parque Natural da Serra da Estrela, entre los dias 21 y 23 de Agosto 2003, fueron registradas las especies de macrolepidópteros observadas durante el día, en el campo, y por la noche, las atraídas a las luces. En total fueron registradas 133 especies y, entre ellas, dos nuevos para Portugal, Lycaena tityrus ssp. bleusei (Oberthür, 1884) (Lycaenidae) y Mesoligia literosa (Haworth, 1809) (Noctuidae).Palabras clave: Lepidoptera, Serra da Estrela, Portugal Contribution to the knowledge of the Macrolepidoptera of the Parque Natural da Serra da Estrela, Portugal (Lepidoptera)
Abstract:
During a three-day and -night expedition in the south of the Parque Natural da Serra da Estrela from the 21s ttill the 23rd August 2003, a record was kept of the species of Macrolepidoptera seen during the day on the field or at night at the lights, in order to better understand the region’s fauna of this group of Lepidoptera. Two taxa are first records for Portugal, Lycaena tityrus ssp. bleusei (Oberthür, 1884) (Lycaenidae) and Mesoligia literosa (Haworth, 1809) (Noctuidae),among a total of 133 species found.Key words: Lepidoptera, Serra da Estrela, Portugal.
Introdução
A Serra da Estrela sendo o maior maciço montanhoso tanto em extensão como em altitude – de Portugal Conti nental, apresenta alguma importância no estudo da fauna lepidopterológica local, uma vez que aí podem ser encontradas espécies únicas num país geralmente de baixas altitudes e com influências mediterrânicas. Apesar de não atingir o patamar alpino (acimados2000m), a maior parte do maciço está a uma altitude que ronda os 1000m ou superior, o que influi positivamente na sua biodiversidade,também influen ciada pela localização relativamente meridional tornando-o um ponto de convergência entre espécies mediterrânicas e outras de origem europeia ou de climas mais frios que não costumam estar bem presentes em Portugal. É além disso uma continuação do Sistema Central Ibérico do qual fazem parte as serras espanholas de Guada- rrama, Gredos e Sierra de Gata o que a torna um local potencial para se encontrarem espécies até agora endémicas nestas serras (Corley, 2002). O estudo deste local agora protegido como Parque Natural remonta ao princípio do século XX com as prospecções de Cândido Mendes de Azevedo (1910, 1912- 1913) e outros, resultando em 110 espécies de heteroceros e 98 espécies de rhopaloceros. Mais tarde Martin Corley, em Setembro de 2001 (Corley, 2002) acrescenta 26 espécies para a fauna de Portugal mas muitas outras são omitidas do artigo sendo de conhecimento apenas que foram encontradas cerca de 300, incluindo microlepidópteros. Apesar dos incêndios que alastraram por todo o país durante o mês de Agosto e do receio sentido por nós, a expedição sob o âmbito dos projectos do recém-formado TAGIS (Centro de Conservação das Borboletas de Portu gal) e apoiada pela Ciência Viva – Biologia no Verão, teve lugar com a visita a essencialmente um local para as borboletas diurnas (Rhopalocera) e a três locais no âmbito das borboletas nocturnas (Macroheterocera) em que foram utilizadas lâmpadas de vapor de mercúrio (125W) com lençol branco horizontal ou vertical:
! Verdelhos – 600m alt. UTM 10km: 29TPE36 No sudeste do Parque e perto dos seus limites, esta localidade não parece apresentar interesse especial mas foi aqui, no Parque de Campismo Rural onde pernoitámos, tendo-se montado uma luz na primeira noite, com algumas espécies interessantes apesar de tanto o número como a variedade de lepidópteros se revelar baixa. No geral a vegetação era constituída por carvalhos (Quercus pyrenaica) e pinheiros (Pinus pinaster) além de sub-arbustos de Erica arborea e Cytisus sp. Na ribeira que passa perto, Ribeira de Beijames, podiam-se ver ainda salgueiros (Salix cinerea) ao longo das margens. Uma lâmpada foi montada aqui, no dia 21 Agosto 2003. 35 Espécies de Macroheterocera e 4 de Rhopalocera .
Tendo como pontos importantes o estudo e observação das populações locais de três espécies de borboletas diurnas: Lycaena tityrus (Poda, 1761) sobre a qual se fará algo mais aprofundado num futuro próximo; Satyrus actaea (Esper, 1780) e estado das populações de Hyponephele sp.; estes meros 3 dias na Serra da Estrela serviram para aprofundar o conhecimento lepidopterológico destes locais assim como para dar a conhecer este grupo de insectos a pessoas que nunca tinhamentrado em contacto com eles dum ponto de vista mais real, mais científico e aprofundado. Apesar do estudo dos Rhopalocera anteriormente citados ser essencial, e principalmente devido à enorme diversidade, também era nosso intuito alargar o conhecimento dos Lepidópteros Macroheteroceros da Serra da Estrela, que possui alguns endemismos interessantes. Obviamente que 3 dias apenas não são suficientes para uma lista muito alargada mas nela constam algumas espécies peculiares inclusive uma espécie, Mesoligia literosa (Haworth, 1809) e uma subespécie novas para Portugal, Lycaena tityrus ssp. bleusei (Oberthür, 1884). Concluído o trabalho, foram registadas 32 espécies de Rhopalocera e 101 de Macroheterocera num total de 133 espécies, listadas em anexo conjuntamente com observações a seu respeito.
(...)
in Boln. S.E.A., nº 34 (2004) : 171 – 175.
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