O chumbo à incineração na zona Centro, pela positiva, e a decisão de avançar com a barragem no Baixo Sabor, pela negativa, são alguns dos factos destacados pela Quercus no seu balanço sobre o ambiente em 2005.
A associação ambientalista salientou que os primeiros dez meses de governação do executivo liderado por José Sócrates estiveram «aquém do necessário e desejável», citando como exemplos o aumento das emissões de gases com efeito de estufa, os incêndios que destruíram 294 mil hectares de floresta e «a falta de medidas preventivas para minimizar os efeitos da seca». Mas 2005 ficou também marcado por aspectos positivos como a aprovação do último Plano de Ordenamento da Orla Costeira (Vilamoura-Vila Real de Santo António), a alteração ao imposto automóvel, que vai beneficiar os veículos menos poluentes já em 2006, e a aprovação do Plano de Ordenamento da Arrábida, quase 29 anos depois da criação deste parque natural. A Quercus alerta também para algumas «ameaças» previstas para o próximo ano. Os empreendimentos turístico-imobiliários programados para o litoral alentejano surgem no topo das preocupações, já que a Quercus teme que a zona Comporta/Galé, classificada como sítio da Rede Natura, fique comprometida se o Governo declarar interesse público a algum dos projectos. Por outro lado, a falta de medidas de prevenção ameaça transformar 2006 em mais um ano negro para a floresta portuguesa, alerta a Quercus. O derrame de combustíveis no mar é outra «ameaça» identificada pela Quercus. Os ambientalistas criticaram a «forma lenta, desadequada e sem meios» como foi feita a intervenção no cargueiro CP Valour, encalhado há mais de duas semanas ao largo da ilha do Faial, e considerou este caso «elucidativo» dos riscos que corre a costa portuguesa.
Diário Digital / Lusa