quarta-feira, maio 10, 2006
Asphodelus bento-rainhae
«Asphodelus bento-rainhae», a planta que torna a serra única
(...)No entanto, uma descoberta acabaria por dar o verdadeiro primeiro passo para o lançamento da associação. Descobriu-se que na Serra da Gardunha existia uma planta endémica – o Asphodelus bento-rainhae.
As espécies endémicas representam a especificidade do património natural de um determinado local. O Asphodelus bento-rainhae só existe na vertente Norte da Serra da Gardunha, não estando em mais nenhum local do mundo.
“Ao saber-se que existia este endemismo começou-se logo por aí”, revela a técnica, pois esta descoberta responsabiliza a Adesgar pela conservação da planta e manutenção das suas necessidades ecológicas. Avançou-se então para uma candidatura ao projecto comunitário Life Natureza, que “poderia salvaguardar a planta e o seu habitat”, afirma.
A iniciativa Life Natureza, que está a ser levada a cabo pela Adesgar em parceria com a Câmara Municipal do Fundão, tem como principal finalidade a conciliação das actividades sócio-económicas, nomeadamente a produção de cereja, com a conservação dos habitas naturais onde se encontra o Asphodelus.
Salvar e preservar uma planta endémica
Deste modo, o Life Natureza visa fomentar medidas de conservação a médio e longo prazo para a planta endémica através da compra e arrendamento de terrenos, do reforço das populações isoladas com novos indivíduos, de medidas de sensibilização das populações para a conservação da espécie, da sensibilização dos fruticultores para a alteração dos métodos de gestão dos cerejais, do plantio de novos castanheiros e carvalhos, da manutenção e remodelação dos castinçais antigos, do fomento de medidas correctas de florestação das áreas queimadas e, ainda, evitar a fragmentação dos habitats da espécie.
Conforme esclarece Antónia Silvestre, esta planta “corria sérios riscos de desaparecer”, caso não fosse encetado um plano de preservação, admitindo que a tarefa mais complicada consiste em sensibilizar os agricultores e fruticultores da Gardunha que são já “de uma faixa etária bastante elevando”, o que dificulta a mudança de mentalidades, considera. Por isso, a sensibilização é um objectivo permanente da Adesgar, nomeadamente para que “não abatam árvores, não plantem cerejais a torto e a direito ou não usem em excesso certos químicos”, salienta. Contudo, “a verdade é que olhamos para a serra e ela está cada vez mais despida”, lamenta a técnica. Acordar a Serra da Gardunha de um profundo sono e esquecimento em que esteve mergulhada durante vários anos constitui a missão da Adesgar – Associação de Defesa e Desenvolvimento da Serra da Gardunha que, desde 1997, trabalha em prol deste património natural e cultural do concelho do Fundão.
Antónia Silvestre, técnica da Adesgar, sublinha à Kaminhos que "havia a necessidade de criar um organismo que pudesse potenciar os recursos da serra e defendê-los de intervenções humanas menos próprias”. Na altura, conjugou-se esta vontade com um trabalho, na área do desenvolvimento, da autoria de dois alunos da Universidade da Beira Interior, que “vinha ao encontro do que pensávamos”.
A associação de defesa da Gardunha surge então perseguindo o objectivo de “desenvolver os recursos que nela existiam e também poder melhorar a qualidade de vida das pessoas que nela habitam”, explica Antónia Silvestre.
«Asphodelus bento-rainhae»
No entanto, uma descoberta acabaria por dar o verdadeiro primeiro passo para o lançamento da associação. Descobriu-se que na Serra da Gardunha existia uma planta endémica – o Asphodelus bento-rainhae.
As espécies endémicas representam a especificidade do património natural de um determinado local. O Asphodelus bento-rainhae só existe na vertente Norte da Serra da Gardunha, não estando em mais nenhum local do mundo.
“Ao saber-se que existia este endemismo começou-se logo por aí”, revela a técnica, pois esta descoberta responsabiliza a Adesgar pela conservação da planta e manutenção das suas necessidades ecológicas. Avançou-se então para uma candidatura ao projecto comunitário Life Natureza, que “poderia salvaguardar a planta e o seu habitat”, afirma.
A iniciativa Life Natureza, que está a ser levada a cabo pela Adesgar em parceria com a Câmara Municipal do Fundão, tem como principal finalidade a conciliação das actividades sócio-económicas, nomeadamente a produção de cereja, com a conservação dos habitas naturais onde se encontra o Asphodelus.
Salvar e preservar uma planta endémica
Deste modo, o Life Natureza visa fomentar medidas de conservação a médio e longo prazo para a planta endémica através da compra e arrendamento de terrenos, do reforço das populações isoladas com novos indivíduos, de medidas de sensibilização das populações para a conservação da espécie, da sensibilização dos fruticultores para a alteração dos métodos de gestão dos cerejais, do plantio de novos castanheiros e carvalhos, da manutenção e remodelação dos castinçais antigos, do fomento de medidas correctas de florestação das áreas queimadas e, ainda, evitar a fragmentação dos habitats da espécie.
Conforme esclarece Antónia Silvestre, esta planta “corria sérios riscos de desaparecer”, caso não fosse encetado um plano de preservação, admitindo que a tarefa mais complicada consiste em sensibilizar os agricultores e fruticultores da Gardunha que são já “de uma faixa etária bastante elevando”, o que dificulta a mudança de mentalidades, considera. Por isso, a sensibilização é um objectivo permanente da Adesgar, nomeadamente para que “não abatam árvores, não plantem cerejais a torto e a direito ou não usem em excesso certos químicos”, salienta. Contudo, “a verdade é que olhamos para a serra e ela está cada vez mais despida”, lamenta a técnica. (...)
in Kaminhos Magazine 10-05-2006 Vania Esteves
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