segunda-feira, maio 22, 2006

Promotores turísticos vão financiar conservação de espécies


Agora é que é a sério???!!!
Será que aqui na Montanha também ???

Os promotores turísticos vão financiar acções de conservação da natureza. Os primeiros a contribuir para a protecção de espécies naturais serão os empreendimentos do Litoral Alentejano mas a ideia deverá estender-se a outros locais. Esta é uma das cinco medidas definidas por Portugal para aderir ao Countdown 2010, um acordo internacional que visa proteger espécies e habitats ameaçados.

Em dia Internacional da Biodiversidade, o Governo compromete-se, assim, a dar seguimento a outros acordos já assinados e inverter, através de medidas concretas, a tendência de destruição das espécies.

Estas parcerias público-privadas serão estabelecidas entre o Instituto de Conservação da Natureza (ICN) e os promotores, adiantou ao DN o presidente do ICN, João Menezes. Um dos primeiros casos será em Tróia, com a Sonae a investir na protecção dos roazes do Estuário do Sado. Mas outros empresários poderão ajudar a proteger habitats na Rede Natura.

O estabelecimento de protocolos entre o ICN e outros parceiros vai ao encontro do que João Menezes tem defendido como forma de financiamento destes projectos. A responsabilidade de proteger espécies e habitats é uma responsabilidade que não cabe só ao Estado e deve ser partilhada pela sociedade civil, considera.

O compromisso Countdown - já assinado por vários países europeus e que leva hoje a assinatura do ministro do Ambiente - é uma tentativa de ir mais além dos objectivos genéricos da Cimeira de Joanesburgo.

Portugal apresenta um pacote de cinco medidas. Para além das parcerias com privados, o ICN vai ajudar as autarquias a fazerem a integração das regras de conservação da natureza nos seus planos de ordenamento municipal. Ou seja, o plano sectorial da Rede Natura, agora em fase de discussão pública, prevê que as autarquias façam um levantamento rigoroso das espécies e habitats que se encontram no seu território. A cartografia que consta no plano sectorial está numa escala alargada que agora é preciso pormenorizar, para as regras ditadas pelo plano passarem a ser vinculativas para os particulares. A falta de meios para fazer este levantamento tem sido referida pelos autarcas, que contam agora com o apoio do ICN. Esta tarefa exaustiva de cadastrar os valores naturais é longa e deve prolongar-se por cinco anos.

O compromisso português inclui ainda uma articulação com Espanha na gestão do parque transfronteiriço do Tejo Internacional. Este trabalho conjunto surge à luz da convenção Luso-Espanhola e visa a coerência de gestão dos valores naturais.

O ICN vai criar também a marca "Parques de Portugal", associada às áreas protegidas - é uma forma de criar valor económico na natureza e promover a visibilidade social do património natural. Nos portais do ICN e do Ministério do Ambiente passará também a constar, a partir de hoje, o logótipo do Countdown 2010.

in DN Online / Rita Carvalho

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