terça-feira, maio 09, 2006

Quercus protege narciso da serra da Estrela


O narciso-de-trombeta é a mais recente relíquia natural que a Quercus pretende proteger. Esta planta bolbosa é rara na Península Ibérica e encontra-se apenas em dez populações do País. Para proteger uma delas, os ambientalistas criaram a microrreserva da serra da Estrela. Com apenas meio hectare, junta-se a outras cinco que compõem uma rede criada há dois anos e financiada pelo Fundo Quercus para a Conservação da Natureza.

Para garantir a preservação desta espécie, cujo grau de ameaça conduziu à sua protecção pela legislação nacional e comunitária, a Quercus fez um contrato com o proprietário de um terreno de Celorico da Beira. Ao longo de dez anos, serão implementadas medidas com vista à preservação do narciso-de-trombeta, como a promoção de um pastoreio extensivo, a não mobilização do solo, a proibição de herbicidas e outros pesticidas ou a limpeza periódica de herbáceas e arbustos prejudiciais.

Será ainda construída uma vedação que evite a colheita ilegal de bolbos, uma actividade proibida pela legislação que não permite também o corte, o desenraizamento ou destruição desta planta. As iniciativas têm o apoio do Parque Natural da Serra da Estrela.

Em Portugal conhecem-se dez populações de narciso-de-trombeta. Estão espalhadas no Alto Minho e no concelho de Montalegre, em Trás-os-Montes. Fora desta zona, na serra da Estrela, encontra-se a maior de todas as populações. Mas são conhecidas outras comunidades no norte da Península Ibérica.

Uma das causas apontadas para explicar esta escassez de narcisos é a colheita intensiva de bolbos e flores que ocorreu no passado e a sua exportação para a Europa. A extinção de muitas zonas com narcisos levou os decisores políticos a legislar no sentido de os proteger.
Há dois anos que a Quercus está empenhada em criar uma rede micro-reservas, pequenos locais depositários de valores naturais raros ou endémicos que merecem protecção especial. Até agora, foram definidas cinco reservas mas a associação já está a estudar outras espécies para proteger. O objectivo é proteger comunidades de leitos de cheia ou escarpas litorais, afloramentos com flora especializada, grutas com morcegos, charcas temporárias essenciais à preservação de anfíbios ou bosques reliquiais.

Estas amostras valiosas encontram-se em terrenos particulares ou estatais, sem que muitas vezes os proprietários saibam reconhecer o seu elevado valor patrimonial. Nestes casos, a Quercus compra o terreno ou, em troca de uma compensação financeira, celebra contratos de gestão com os donos das parcelas. O dinheiro advém do fundo da associação destinado à conservação.

Quando se trata de ecossistemas inseridos em áreas protegidas, o trabalho decorre em parceria com o Instituto de Conservação da Natureza. Há ainda outras entidades que colaboram com a Quercus.

"É uma forma de a sociedade civil contribuir para a conservação da natureza, uma vez que o Estado tem mostrado dificuldade em gerir os espaços naturais", afirma Hélder Spínola. O presidente da Quercus lamenta que a figura da microrreserva não exista na lei portuguesa.

in DN online



... pedi não há muito tempo, esclarecimentos a várias instituições sobre um possível projecto para apoios na recuperação de Narcissus asturiensis, espécie em risco na Estrela e península, e sobre a qual existe uma pretensão de recuperação por parte do PNSE passo a citar: "Incentivar a passagem a cultivo, em moldes já testados, envolver as populações (humanas) locais e estabelecer um selo de certificação.", no âmbito da criação de marcas Serra da Estrela (Mel, Queijo, Borrego e bolbos do referido narciso, ....), escrevi para o ICN e outras associações, remeteram-me para o PNSE, ... e os únicos de quem não obtive qualquer resposta ? imaginem? o PNSE.

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