sábado, dezembro 27, 2008

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Feliz Natal

Falavam-me de amor


Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,


menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.



Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.


O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.


Natália Correia


sexta-feira, dezembro 19, 2008

Acordar tarde


Tocas as flores murchas que alguém te ofereceu
quando o rio parou de correr e a noite
foi tão luminosa quanto a mota que falhou
a curva - e o serviço postal não funcionou
no dia seguinte

procuras ávido aquilo que o mar não devorou
e passas a língua na cola dos selos lambidos
por assassinos - e a tua mão segurando a faca
cujo gume possui a fatalidade do sangue contaminado
dos amantes ocasionais - nada a fazer

irás sozinho vida dentro
os braços estendidos como se entrasses na água
o corpo num arco de pedra tenso simulando
a casa
onde me abrigo do mortal brilho do meio-dia

Al Berto

segunda-feira, dezembro 15, 2008

IIº Concurso Bimensal de Fotografia - CIT

IIº Concurso Bimensal de Fotografia
Centro de Interpretação da Torre

Está na altura de anunciar o novo concurso de fotografia do CIT. Este terá por tema A Neve.

A Serra da Estrela oferece neste período paisagens deslumbrantes pintadas de branco que podem e devem ser escritas através da grafia da luz.

Façam-nos chegar todos os momentos que captaram e que tornaram a vossa visita à SE num momento especial e único.

O regulamento do concurso é o mesmo que vigorou e regulou o Iº Concurso de Fotografia do CIT e as datas para entrega dos trabalhos vão do dia 15 de Dezembro 2008 a 15 de Janeiro 2009 sendo que a votação se realizará a partir do dia 15 de Janeiro até dia 15 de Fevereiro. Contamos com a participação de todos.

sábado, dezembro 13, 2008

Luto

Faleceu o anterior Presidente da Junta de Freguesia de Vila do Carvalho
(Jerónimo Berrincha dos Santos)

Sentidas Condolências da Montanha

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Dia Internacional das Montanhas

Food security in mountains

High food prices have caused the number of hungry people in
the world to increase by 75 million. The gravity of the situation
has forced the world to refocus its attention on world hunger.
Mountain communities have been hard hit by the crisis. This
year’s International Mountain Day provides an apt occasion
to highlight the opportunities for addressing the issue of food
insecurity in mountain regions.


http://www.fao.org/mnts/intl_mountain_day_en.asp

A Montanha

Calma, entre os ventos, em lufadas cheias
De um vago sussurrar de ladainha,
Sacerdotisa em prece, o vulto alteias
Do vale, quando a noite se avizinha:

Rezas sobre os desertos e as areias,
Sobre as florestas e a amplidão marinha;
E, ajoelhadas, rodeiam-te as aldeias,
Mudas servas aos pés de uma rainha.

Ardes, num holocausto de ternura…
E abres, piedosa, a solidão bravia
Para as águias e as nuvens, a acolhê-las;

E invades, como um sonho, a imensa altura,
- Última a receber o adeus do dia,
Primeira a ter a bênção das estrelas!


Olavo Bilac

(in Poesia Parnasiana. Antologia. Ed Melhoramentos)

terça-feira, dezembro 09, 2008

...Um cheiro do Inverno ainda no Outono...






Vila do Carvalho - Novembro 2008

e neste dia....

Rapariga na Janela - Salvador Dali


Opiário

Ao Senhor Mário de Sá-Carneiro

É antes do ópio que a minh'alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente.

Esta vida de bordo há-de matar-me.
São dias só de febre na cabeça
E, por mais que procure até que adoeça,
já não encontro a mola pra adaptar-me.

Em paradoxo e incompetência astral
Eu vivo a vincos de ouro a minha vida,
Onda onde o pundonor é uma descida
E os próprios gozos gânglios do meu mal.

É por um mecanismo de desastres,
Uma engrenagem com volantes falsos,
Que passo entre visões de cadafalsos
Num jardim onde há flores no ar, sem hastes.

Vou cambaleando através do lavor
Duma vida-interior de renda e laca.
Tenho a impressão de ter em casa a faca
Com que foi degolado o Precursor.

Ando expiando um crime numa mala,
Que um avô meu cometeu por requinte.
Tenho os nervos na forca, vinte a vinte,
E caí no ópio como numa vala.

Ao toque adormecido da morfina
Perco-me em transparências latejantes
E numa noite cheia de brilhantes,
Ergue-se a lua como a minha Sina.

Eu, que fui sempre um mau estudante, agora
Não faço mais que ver o navio ir
Pelo canal de Suez a conduzir
A minha vida, cânfora na aurora.

Perdi os dias que já aproveitara.
Trabalhei para ter só o cansaço
Que é hoje em mim uma espécie de braço
Que ao meu pescoço me sufoca e ampara.

E fui criança como toda a gente.
Nasci numa província portuguesa
E tenho conhecido gente inglesa
Que diz que eu sei inglês perfeitamente.

Gostava de ter poemas e novelas
Publicados por Plon e no Mercure,
Mas é impossível que esta vida dure.
Se nesta viagem nem houve procelas!

A vida a bordo é uma coisa triste,
Embora a gente se divirta às vezes.
Falo com alemães, suecos e ingleses
E a minha mágoa de viver persiste.

Eu acho que não vale a pena ter
Ido ao Oriente e visto a índia e a China.
A terra é semelhante e pequenina
E há só uma maneira de viver.

Por isso eu tomo ópio. É um remédio
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio.

Fumo. Canso. Ah uma terra aonde, enfim,
Muito a leste não fosse o oeste já!
Pra que fui visitar a Índia que há
Se não há Índia senão a alma em mim?

Sou desgraçado por meu morgadio.
Os ciganos roubaram minha Sorte.
Talvez nem mesmo encontre ao pé da morte
Um lugar que me abrigue do meu frio.

Eu fingi que estudei engenharia.
Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda.
Meu coração é uma avòzinha que anda
Pedindo esmola às portas da Alegria.

Não chegues a Port-Said, navio de ferro!
Volta à direita, nem eu sei para onde.
Passo os dias no smokink-room com o conde -
Um escroc francês, conde de fim de enterro.

Volto à Europa descontente, e em sortes
De vir a ser um poeta sonambólico.
Eu sou monárquico mas não católico
E gostava de ser as coisas fortes.

Gostava de ter crenças e dinheiro,
Ser vária gente insípida que vi.
Hoje, afinal, não sou senão, aqui,
Num navio qualquer um passageiro.

Não tenho personalidade alguma.
É mais notado que eu esse criado
De bordo que tem um belo modo alçado
De laird escocês há dias em jejum.

Não posso estar em parte alguma.
A minha Pátria é onde não estou.
Sou doente e fraco.
O comissário de bordo é velhaco.
Viu-me co'a sueca... e o resto ele adivinha.

Um dia faço escândalo cá a bordo,
Só para dar que falar de mim aos mais.
Não posso com a vida, e acho fatais
As iras com que às vezes me debordo.

Levo o dia a fumar, a beber coisas,
Drogas americanas que entontecem,
E eu já tão bêbado sem nada! Dessem
Melhor cérebro aos meus nervos como rosas.

Escrevo estas linhas. Parece impossível
Que mesmo ao ter talento eu mal o sinta!
O fato é que esta vida é uma quinta
Onde se aborrece uma alma sensível.

Os ingleses são feitos pra existir.
Não há gente como esta pra estar feita
Com a Tranqüilidade. A gente deita
Um vintém e sai um deles a sorrir.

Pertenço a um gênero de portugueses
Que depois de estar a Índia descoberta
Ficaram sem trabalho. A morte é certa.
Tenho pensado nisto muitas vezes.

Leve o diabo a vida e a gente tê-la!
Nem leio o livro à minha cabeceira.
Enoja-me o Oriente. É uma esteira
Que a gente enrola e deixa de ser bela.

Caio no ópio por força. Lá querer
Que eu leve a limpo uma vida destas
Não se pode exigir. Almas honestas
Com horas pra dormir e pra comer,

Que um raio as parta! E isto afinal é inveja.
Porque estes nervos são a minha morte.
Não haver um navio que me transporte
Para onde eu nada queira que o não veja!

Ora! Eu cansava-me o mesmo modo.
Qu'ria outro ópio mais forte pra ir de ali
Para sonhos que dessem cabo de mim
E pregassem comigo nalgum lodo.

Febre! Se isto que tenho não é febre,
Não sei como é que se tem febre e sente.
O fato essencial é que estou doente.
Está corrida, amigos, esta lebre.

Veio a noite. Tocou já a primeira
Corneta, pra vestir para o jantar.
Vida social por cima! Isso! E marchar
Até que a gente saia pla coleira!

Porque isto acaba mal e há-de haver
(Olá!) sangue e um revólver lá pró fim
Deste desassossego que há em mim
E não há forma de se resolver.

E quem me olhar, há-de-me achar banal,
A mim e à minha vida... Ora! um rapaz...
O meu próprio monóculo me faz
Pertencer a um tipo universal.

Ah quanta alma viverá, que ande metida
Assim como eu na Linha, e como eu mística!
Quantos sob a casaca característica
Não terão como eu o horror à vida?

Se ao menos eu por fora fosse tão
Interessante como sou por dentro!
Vou no Maelstrom, cada vez mais pró centro.
Não fazer nada é a minha perdição.

Um inútil. Mas é tão justo sê-lo!
Pudesse a gente desprezar os outros
E, ainda que co'os cotovelos rotos,
Ser herói, doido, amaldiçoado ou belo!

Tenho vontade de levar as mãos
À boca e morder nelas fundo e a mal.
Era uma ocupação original
E distraía os outros, os tais sãos.

O absurdo, como uma flor da tal Índia
Que não vim encontrar na Índia, nasce
No meu cérebro farto de cansar-se.
A minha vida mude-a Deus ou finde-a ...

Deixe-me estar aqui, nesta cadeira,
Até virem meter-me no caixão.
Nasci pra mandarim de condição,
Mas falta-me o sossego, o chá e a esteira.

Ah que bom que era ir daqui de caída
Pra cova por um alçapão de estouro!
A vida sabe-me a tabaco louro.
Nunca fiz mais do que fumar a vida.

E afinal o que quero é fé, é calma,
E não ter estas sensações confusas.
Deus que acabe com isto! Abra as eclusas —
E basta de comédias na minh'alma!

(No Canal de Suez, a bordo)

Álvaro de Campos

sexta-feira, dezembro 05, 2008

...ânsia impotente de infinito...

O Convertido

Entre os filhos dum século maldito
Tomei também lugar na ímpia mesa,
Onde, sob o folgar, geme a tristeza
Duma ânsia impotente de infinito.

Como os outros, cuspi no altar avito
Um rir feito de fel e de impureza…
Mas um dia abalou-se-me a firmeza,
Deu-me um rebate o coração contrito!

Erma, cheia de tédio e de quebranto,
Rompendo os diques ao represo pranto,
Virou-se para Deus minha alma triste!

Amortalhei na Fé o pensamento,
E achei a paz na inércia e esquecimento…
Só me falta saber se Deus existe!

Antero de Quental

Um ano depois...


Un perro ha muerto

Mi perro ha muerto.
Lo enterré en el jardín
junto a una vieja máquina oxidada.

Allí, no más abajo,
ni más arriba,
se juntará conmigo alguna vez.

Ahora él ya se fue con su pelaje,
su mala educación, su nariz fría.

Y yo, materialista que no cree
en el celeste cielo prometido
para ningún humano,
para este perro o para todo perro
creo en el cielo, sí, creo en un cielo
donde yo no entraré, pero él me espera
ondulando su cola de abanico
para que yo al llegar tenga amistades.

Ay no diré la tristeza en la tierra
de no tenerlo más por compañero
que para mí jamás fue un servidor.
Tuvo hacia mí la amistad de un erizo
que conservaba su soberanía,
la amistad de una estrella independiente
sin más intimidad que la precisa,
sin exageraciones:
no se trepaba sobre mi vestuario
llenándome de pelos o de sarna,
no se frotaba contra mi rodilla
como otros perros obsesos sexuales.

No, mi perro me miraba dándome la atención necesaria
la atención necesaria
para hacer comprender a un vanidoso
que siendo perro él,
con esos ojos, más puros que los míos,
perdía el tiempo, pero me miraba
con la mirada que me reservó
toda su dulce, su peluda vida,
su silenciosa vida,
cerca de mí, sin molestarme nunca,
y sin pedirme nada.

Ay cuántas veces quise tener cola
andando junto a él por las orillas del mar,
en el Invierno de Isla Negra,
en la gran soledad: arriba el aire
traspasando de pájaros glaciales
y mi perro brincando, hirsuto,
lleno de voltaje marino en movimiento:
mi perro vagabundo y olfatorio
enarbolando su cola dorada
frente a frente al Océano y su espuma.
alegre, alegre, alegre
como los perros saben ser felices,
sin nada más,
con el absolutismo de la naturaleza descarada.
No hay adiós a mi perro que se ha muerto.

Y no hay ni hubo mentira entre nosotros.
Ya se fue y lo enterré, y eso era todo.

Pablo Neruda


quarta-feira, dezembro 03, 2008

Dia Internacional das Pessoas com Deficiência assinala-se hoje

Images of health and disability

A young man, who has been affected by polio, enjoying the beach in Benguela, Angola.
WHO/Bernard Franck
A young man, who has been affected by polio, enjoying the beach in Benguela, Angola.

This striking photo gallery shows how people with different disabilities and health conditions live and work. The photographs make us challenge the very meaning of health. They are a reminder that many people experience some degree of disability at some point in their life.

WHO invited amateur and professional photographers around the world to take part in an international photographic contest with the theme "images of health and disability," and a special focus on disability and work. The contest was organized to demonstrate the implementation of the International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF), which describes health conditions and how people live with them.

The 33 winning photographs in this gallery are a small fraction of the more than one thousand images received.


Health and disability photo gallery

Many people at some time experience some sort of limitation in their functioning due to a health condition. The number of people experiencing disability is increasing due to the rise in chronic diseases, injuries, car crashes, falls, violence and other causes such as ageing. Most people in this situation live in poor conditions without access to basic needs, including rehabilitation services. To improve their lives, WHO is working to:

  • assist countries in developing policies on disability which include community involvement and national rehabilitation programmes;
  • better assess and recognize different health conditions using the International Classification of Functioning Disability and Health;
  • ensure early identification and treatment of those with disabilities, including the provision of assistive devices and environmental modifications;
  • ensure equal opportunities and promotion of human rights for people with disabilities, especially those who are poor.
World Health Organization

Poema...

Poema

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Mário Cesariny

Concerto de Natal - FRC



Concerto de Natal


Próximo dia 07 de Dezembro (Domingo) grande Concerto de Natal pela Orquestra de Sopros da EPABI, na Igreja Nova de Vila do Carvalho. Evento inserido nas Comemorações do 100º Aniversário da Filarmónica Recreativa Carvalhense

Conferência NATUREZA E SOCIEDADE Balanço e Novas Opções para Portugal


http://www.conferencianaturezasociedade.lpn.pt/


A Conferência, organizada pela Liga para a Protecção da Natureza, compreende quatro Temas dominantes. Nesta divulgação destaca-se o Tema 4 que aborda os "Instrumentos de Ordenamento do Território na Conservação da Natureza" pretendendo-se avaliar a sua influência e eficácia neste contexto.

Neste âmbito realizar-se-á uma Palestra referente a “Gestão das Áreas Protegidas, o Ordenamento do Território e as Ameaças à Biodiversidade” com Henrique Pereira, Director do Departamento de Gestão das Áreas Classificadas do Norte – Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

O Tema 4 prevê igualmente a realização de um Workshop onde abordará questões como a importância da Reserva Ecológica Nacional e Reserva Agrícola Nacional, os PIN (Projectos de Interesse Nacional) e o modelo de desenvolvimento económico. O Workshop contará com a presença de Nuno Lecoq, que fará o enquadramento do Tema e lançará o debate, assim como diversos convidados de forma a garantir a representatividade de diversas partes envolvidas (ambientalistas, poder local, poder central, etc.).

O painel de oradores dedicado ao Tema 4 considera:

  • João Ferrão, Secretário de Estado do Ordenamento do Território e Cidades;
  • João Joanaz de Melo, GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente;
  • Macário Correia, Presidente da Câmara Municipal de Tavira e da Junta Metropolitana da AMAL – Grande Área Metropolitana do Algarve;
  • Nuno Lecoq, Autoridade Florestal Nacional.

A moderação será feita por Arminda Deusdado, directora-geral da Produtora Farol de Ideias.


Etología del lobo y del perro. Análisis e interpretación de su conducta.

Autor: David Nieto Maceín
2008
Formato: 24X17 cm.
Rústica
196 páginas
Ilustraciones, figuras y fotografías B/N

Tundra Ediciones

A través de un apasionante recorrido por los diversos aspectos del comportamiento de los cánidos salvajes y domésticos, esta obra nos ofrece las claves para comprender e interpretar la conducta del lobo y de su descendiente directo, el perro.

El autor profundiza en los orígenes de la relación entre el hombre y los cánidos, desde su competencia con el lobo hasta la cooperación con el perro, y desgrana la conducta instintiva, el comportamiento de caza, la conducta social y jerárquica, la agresividad y la predación, así como los procesos conductuales y cognitivos, comparando en todo momento la etología del lobo en la Naturaleza y la del perro en la convivencia con el ser humano. Así, logra transmitir un vasto compendio de conocimientos precisos que permiten una aproximación íntima a la conducta del lobo en su medio, y que dan la base, a su vez, para favorecer y mejorar la relación con nuestro perro.

Junto a la radiografía de la conducta del lobo, los contenidos sobre su importante papel en la Naturaleza, las causas del ancestral conflicto con el hombre y sus necesidades de conservación descubren la verdadera faz del lobo, muy lejos de la falsa e irreal imagen del lobo feroz. Sin duda, tenemos en nuestras manos uno de los mejores alegatos de nuestro tiempo a favor del lobo.

U2 «I Believe In Father Christmas» - Red(Wire) Cover




1st of December - Today, World AIDS Day, MSN is celebrating the launch of (RED)WIRE, (RED)'s new digital music magazine designed to help eliminate AIDS in Africa. Some of the greatest artists on earth have contributed amazing songs to (RED)WIRE.
http://red.msn.com/


"Greg Lake- I Believe In Father Christmas lyrics"


They said there'll be snow at Christmas
They said there'll be peace on Earth
But instead it just kept on raining
A veil of tears for the Virgin's birth
I remember one Christmas morning
A winters light and a distant choir
And the peal of a bell and that Christmas Tree smell
And their eyes full of tinsel and fire
They sold me a dream of Christmas
They sold me a Silent Night
And they told me a fairy story
'Till I believed in the Israelite
And I believed in Father Christmas
And I looked at the sky with excited eyes
'Till I woke with a yawn in the first light of dawn
And I saw him and through his disguise

I wish you a hopeful Christmas
I wish you a brave New Year
All anguish pain and sadness
Leave your heart and let your road be clear
They said there'll be snow at Christmas
They said there'll be peace on Earth
Hallelujah Noel be it Heaven or Hell
The Christmas you get you deserve.

La la la la la la la la la la....

segunda-feira, novembro 24, 2008

Uma boa ferramenta a desenvolver!



Acesso gratuito a mais de 30 anos de informação
ICNB lança biblioteca digital com 1500 documentos sobre animais e plantas

Acabaram-se as desculpas para não conhecer a biodiversidade do país. A partir de qualquer local e em qualquer altura vai ser possível ler, gratuitamente, os 1500 documentos que o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) está a digitalizar e a colocar na Internet, com mais de 30 anos de informação sobre plantas, animais e áreas protegidas.

Paula Abreu, coordenadora do projecto, conta ter disponíveis, pelo menos, 500 relatórios e publicações até ao final do ano. Hoje ainda só estão acessíveis documentos sobre o Parque Nacional Peneda-Gerês e o Parque Natural de Montesinho. Na Biblioteca digital, organizada em áreas geográficas e áreas temáticas, já se pode ler sobre os cogumelos e a floresta natural da Peneda-Gerês, a vegetação do Rio Sabor e os moinhos de água de Vinhais, sobre o gato-bravo, o lobo, a lontra e os morcegos de Montesinho.

“É um trabalho muito exigente, tem de ser feito aos poucos”, contou ao PÚBLICO Paula Abreu. São 30 anos de trabalho na área da conservação da natureza, desde os antepassados do ICNB, como o Serviço Nacional de Parques, Reservas e Património Paisagístico (SNPRPP, criado em 1975), o Serviço Nacional de Parques, Reservas e Conservação da Natureza (SNPRCN, 1983) e o Instituto de Conservação da Natureza (ICN, 1993).

Em 2006, o ICNB começou a visitar as 25 áreas protegidas do país e a estudar o seu arquivo central em Lisboa para reunir documentação dispersa. Muita informação apenas existia nas sedes de parques e reservas espalhadas pelo país. Ao mesmo tempo iniciou a digitalização de documentos produzidos ou promovidos pelo instituto.

“Há pessoas que nos pedem informação sobre aspectos específicos das áreas protegidas, mas são as plantas ameaçadas e plantas aromáticas as mais procuradas”, comentou a bióloga Paula Abreu.

A ideia surgiu quando o ICNB passou a ter de enviar muita da documentação por correio electrónico a pessoas que não se podiam deslocar ao centro de documentação do ICNB, em Lisboa, ou que não tinham disponibilidade para ir às várias áreas protegidas procurar o que pretendiam.

Hoje, o centro de documentação está fechado ao público. “Está em reestruturação. Estamos a fazer um levantamento e a sistematizar a informação. Mas o que posso dizer é que vai ficar disponível, como complemento ao online”, explicou.

Quando tiver boa parte dos seus documentos digitalizados, a Biblioteca digital pretende ainda solicitar a autorização a várias entidades para disponibilizar algumas obras históricas de referência. O ICNB já está “de olho” em duas: a “Expedição científica à serra da Estrela”, publicada em 1891 pela Sociedade da Geografia de Lisboa, e o livro “The Birds of Portugal”, do ornitólogo William Tait, de 1924. “Obras como estas são importantes ainda hoje, nomeadamente para conseguirmos saber como foi a evolução de determinada espécie ou área protegida. Tem interesse para a gestão”, salientou.

Outra mais-valia que Paula Abreu lembrou é que “existem alguns estudos da década de 80 sobre muitas áreas protegidas que já estão esgotados”.

Para o futuro, a biblioteca digital vai permitir a pesquisa por palavra-chave.

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1350946&idCanal=92

terça-feira, novembro 11, 2008

Repost...São Martinho - Santo dos bons bebedores, da amizade, da partilha, da abundância...

Pintura na Cathédrale Saint Gatien (Tours) representando Martinho de Tours

O vinho novo, jeropiga ou água-pé acompanhando as castanhas assadas, pois, como diz o adágio “no dia de São Martinho vai à adega e prova o vinho”.

um mês depois... Niccolò di Bernardo Machiavelli...



Party Girl

I know a girl
A girl called Party, Party Girl
I know she wants more than a party, Party Girl
And she won't tell me her name

I know a boy
A boy called Trash, Trash Can
I know he does all that he can, wham bam
And he won't tell me his name

I have a heart
A heart that's beating inside
When I was three
I thought the world revolved around me
I was wrong
And so I sing along
And if you dance
Then dance with me

I know a girl
A girl called Party, Party Girl
I know she wants more than a party, Party Girl
I know a boy
A boy called Trampoline
You know what I mean
I think you know what he wants
I think he knows what he wants
I think he knows what he wants

U2

sexta-feira, outubro 10, 2008

e de Björk temos então Elis Regina...Bom Fim de Semana..

e porque o Outono começa em Março noutro hemisfério...




Águas de Março

(Tom Jobim)

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã

Quando as estrelas de rock (e não só) eram jovens...

Björk

Bono,U2

Kylie Minogue

Slash, Guns N' Roses

David Bowie

Janis Joplin

Marilyn Manson


Saiba como eram Amy Winehouse , Gerard Way ou Bono, entre outros, na tenra idade.

A BLITZ publica fotografias da infância e juventude de alguns dos músicos mais emblemáticos das últimas décadas

http://blitz.aeiou.pt(1ª e 2ª parte)

quinta-feira, outubro 09, 2008

e a propósito do Cão de Gado e da Serra da Estrela...repost

Extracto da ficha do PSRN2000 sobre o Lobo Ibérico

...Portanto parece que terão que se cumprir os requisitos abaixo na área do Parque Natural da Serra da Estrela...os tais corredores ecológicos entre áreas protegidas???

Manter/Recuperar o habitat:

Assegurar habitat de alimentação
Assegurar habitat de reprodução
Assegurar habitat de abrigo
Requisitos ecológicos:

Habitat: Todos os habitats existentes no Hemisfério Norte, à excepção das florestas tropicais e dos desertos áridos, já foram ocupados por este carnívoro, o que revela a sua grande capacidade de adaptação (Mech 1970). Sendo um predador que ocupa o topo da cadeia alimentar, é uma espécie generalista no que respeita à selecção de habitat dependendo a ocupação do espaço pelo lobo fundamentalmente da disponibilidade e acessibilidade de presas adequadas, nomeadamente ungulados selvagens e/ou domésticos, e do grau de perturbação humana (Vila et al. 1990 in Blanco et al. 1990,Ciucci et al. 1997, Boitani 2000). Em Portugal, o tamanho da área que cada alcateia utiliza nas suas deslocações durante o ano, ou seja, a sua área vital, parece variar entre os 80 e os 300 km2, situando-se entre as mais pequenas descritas para a área de distribuição mundial do lobo (Pimenta 1998, Roque1999).
A distribuição do lobo em Portugal reflecte em grande medida as áreas mais montanhosas, por
apresentarem menores densidades populacionais humanas e uma utilização agrícola menos intensiva.

in PSRN2000

...interessante, muito interessante, pois cumprir esses requisitos seria no fim de contas nada mais do que cumprir os pressupostos que instituíram o Parque Natural da Serra da Estrela pelo Decreto-Lei n.º 557/76 de 16 de Julho.

mas o ICN diz no seu Portal :
"A fauna da Estrela apresenta-se hoje depauperada" e "Lobos, rebanhos e pastores tal como o surto da indústria têxtil em torno da serra são já história passada." o mesmo ICN que lançou para discussão pública em Janeiro de 2006 o PSRN2000 e no Volume II nas suas Fichas de caracterização ecológica e de gestão, sobre mamíferos, mais concretamente sobre o Lobo Ibérico adiciona esta interessante nota sobre orientação de gestão para uma futura possiblidade de regresso desta magnífica espécie ameaçada no nosso país...





Resultado: Recuperar o Cão de Gado da Região da Serra da Estrela no "seu Solar", nas suas variedades de Pêlo Curto e Comprido, dependerá portanto, do cumprimento do que acima está descrito???......

Portal do Cão de Gado

O Projecto Cães de Gado

Para contribuir para a conservação do lobo, através da diminuição dos conflitos com o homem decorrentes da predação sobre os animais domésticos, o Grupo Lobo delineou, em 1987, uma linha de acção que tem por objectivo recuperar a utilização das raças nacionais de cães de gado para a protecção dos rebanhos.

Porém, só em 1996 foi possível dar início à acção quando se obtiveram os primeiros apoios do Instituto de Promoção Ambiental (actual Agência Portuguesa do Ambiente).

Desde então, e com o apoio de diferentes entidades públicas e particulares, foi possível continuar, de uma forma regular, a integração de cães de gado em rebanhos, bem como o acompanhamento do seu desenvolvimento e a avaliação da sua eficácia.

Esta linha de acção permitiu também recolher informação diversa e muito útil para a aplicação da medida proposta. Inicialmente, procedeu-se à recolha de dados sobre as práticas de pastoreio e os métodos de protecção antigos e modernos. Deu-se início a um recenseamento nacional dos exemplares registados pertencentes às raças de cães de gado nacionais, particularmente do Cão de Castro Laboreiro e do Cão da Serra da Estrela.

Paralelamente, efectuaram-se também estudos de investigação sobre diversos aspectos relacionados com as raças nacionais de cães de gado, nomeadamente a sua demografia, morfologia, genética e comportamento, obtendo informação útil para a sua gestão e para uma melhor compreensão dos mecanismos que influenciam a eficiência destes cães.

Raças utilizadas

Foram integrados exemplares pertencentes a 3 raças nacionais de cães de gado: o Cão de Castro Laboreiro, o Cão da Serra da Estrela, nas variedades de pêlo curto e pêlo comprido, e o Rafeiro do Alentejo.

Resultados

Embora o Projecto dos Cães de gado se encontre em desenvolvimento, apresentam-se alguns resultados já obtidos.

Cães integrados

Desde o seu início, esta linha de acção permitiu a integração, em rebanhos de cabras e/ou ovelhas, de mais de 140 cachorros pertencentes às raças Cão de Castro Laboreiro, Cão da Serra da Estrela, nas variedades de pêlo curto e pêlo comprido, e Rafeiro do Alentejo, bem como o seu acompanhamento e avaliação. Dos cães integrados, cerca de 53% são machos e 47% são fêmeas. São maioritariamente pertencentes às raças Cão de Castro Laboreiro (com mais de 80 cães) e Cão da Serra da Estrela de pêlo curto (com mais de 50 cães).


http://lobo.fc.ul.pt/caodegado/index.html


Rex - Cão Serra da Estrela de Pêlo Curto

...Que saudades amigo "Mimos"....


quarta-feira, outubro 08, 2008

E vamos ter o Queijo Serra da Estrela do Centro...

(Confraria do Queijo da Serra da Estrela - Oliveira do Hospital)

Entre o mar e a serra…

O Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT) aprovado pelo Governo e com um horizonte até 2015 é o documento que estabelece as principais linhas orientadoras ...

... do desenvolvimento do turismo em Portugal para os próximos anos.

Este Plano considera que “é estratégico desenvolver 6 novos pólos turísticos: Douro, Serra da Estrela, Oeste, Alqueva, Litoral Alentejano e Porto Santo”.

Ao concelho de Oliveira do Hospital, que tem todo um conjunto de características e especificidades peculiares, não lhe faltam condições para se impor como um importante “produto” turístico à boleia dessa grande marca que é a Serra da Estrela. Nunca o soubemos fazer nem temos qualquer perspectiva que nos possa conduzir a alcançar esse objectivo. Falta-nos engenho e arte. Na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, pura e simplesmente, o pelouro do turismo não existe. Manda a verdade dizer que a Região de Turismo da Serra da Estrela – e tantas outras, incluindo a do Centro –, também nunca teve capacidade de vender aquele que deveria ser um dos mais importantes destinos turísticos do país.

Como muitas outras entidades de cariz público, as regiões de turismo serviram muitas das vezes para saciar o apetite voraz das clientelas partidárias e – salvo honrosas excepções – caíram numa confrangedora inoperância.

Não sei se bem se mal – vamos ver como é que é para depois contar como é que foi – o Governo decidiu mudar as regras do jogo e reorganizar o sector. Oliveira do Hospital aproveitou a dica e o partido que detém o poder local decidiu – de forma apressada e atabalhoada, na Assembleia Municipal – pôr-nos no Centro.

Não foi uma decisão racional nem muito menos uma decisão pensada para servir os superiores interesses do município. Foi – do meu ponto de vista e do de muito boa gente – uma decisão com contornos político-partidários. É que na Serra da Estrela está Jorge Patrão, do PS; e no Centro, encontra-se Pedro Machado, do PSD.

Na Assembleia Municipal desta sexta-feira o PS bem “esperneou”, mas ficou bem claro que o maior partido da oposição não tinha a lição estudada.

Ao PSD – seguro na sua confortável maioria de braços quase que “programados” para se levantarem automaticamente - bastou-lhe invocar a legislação produzida pelo Governo como factor obrigatório para a mudança. Não é assim: Oliveira do Hospital poderia – e devia – ter ficado no Pólo de Desenvolvimento Turístico da Serra da Estrela, que como atrás escrevi é considerado como um dos 6 novos pólos estratégicos para a promoção do turismo em Portugal.

Henrique Barreto

http://www.correiodabeiraserra.com

A Gente Vai Continuar...



A Gente Vai Continuar

Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar

Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar


Jorge Palma

UICN alerta para o perigo de extinção do lince-ibérico

Biodiversidade em declínio

UICN alerta para o perigo de extinção do lince-ibérico


The IUCN Red List of Threatened Species™ 2008


Os especialistas internacionais sublinham que 188 mamíferos estão integrados na categoria "criticamente em perigo", incluindo o lince ibérico, cuja população não deverá ultrapassar os 200 exemplares.

Mário de Carvalho

Cerca de metade das espécies de mamíferos está em declínio e uma em cada três encontra-se ameaçada de extinção, de acordo com a edição de 2008 da Lista de espécies ameaçadas, divulgada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

O trabalho elaborado pela organização internacional de conservação da natureza que envolveu mais de 1.800 cientistas espalhados por 130 países, indica existirem 1.141 mamíferos em risco de extinção, o equivalente a cerca de 21 por cento das 5.487 espécies conhecidas. Nos universo dos mamíferos surge e referência que o habitat de 836 "ainda não é bem conhecido".

"Na realidade, o número de mamíferos ameaçados de extinção pode chegar aos 36 por cento", estima Jan Schipper, especialista da UICN e um dos principais autores do artigo, que quinta-feira será publicado na revista norte-americana "Science".

O documento alerta ainda para o perigo de "centenas de espécies desaparecerem" nos próximos anos devido ao impacto da actividade do Homem nos ecossistemas.

A perda do habitat natural e a sua degradação - que "afecta 40 por cento destes animais em todo o Mundo" -, a sobre-exploração dos mamíferos terrestres e marinhos, a poluição e as alterações climáticas são as principais causas apontadas para no estudo que chama atenção para a "crise de extinção" dos mamíferos.

O "declínio contínuo da população" de linces, considerado actualmente o felídeo mais ameaçado da Europa, deve-se, segundo a UICN, à "escassez da sua principal presa, o coelho-bravo".

Para Andrew Smith, co-autor do artigo e professor da Universidade norte-americana de Arizona, a Lista Vermelha pode e deve ser utilizada para "criar estratégias que abordem a crise", ajudar a "identificar espécies e áreas prioritárias para conservação" e "indicar tendências sobre o estado de conservação ao longo do tempo".

Curiosamente, uma das espécies mais ameaçadas em Portugal é o lince ibérico, numa listagem de 159 espécies em risco de extinção.

A reduzida população de lince ibérico no país está distribuída pelas regiões da Serra da Malcata e na região de Contenda -Barrancos.

Em 156 hectares da Herdade das Santinha, em Silves, está a ser construido o Centro de Recuperação do lince-ibérico, que surge como medida de compensatória imposta pela União Europeia para a execução da barragem de Odelouca, no Algarve.

O trabalho do UICN revela ainda na parte referente a Portugal o perigo de extinção da espécies de caracóis da Madeira e dos Açores. A seguir vêm 38 espécies de peixes e um total de onze mamíferos, onde está incluído o lince ibérico.

Os resultados do estudo foram apresentados perante os oito mil delegados no Congresso Mundial da UICN, que decorre até 14 de Outubro, em Barcelona, Espanha.

Expresso


Weltliteratur. Madrid, Paris, Berlim, São Petersburgo, o Mundo!


A exposição poderá ser vista até 4 de Janeiro de 2009.

O Auditório 3 da Fundação Gulbenkian acolherá, sempre às 18h00, uma série de conferências livremente inspiradas nos temas da exposição, com destaque para a que será proferida pelo Prémio Nobel da Literatura V. S. Naipaul, a 22 de Novembro.

1 Out. - António M. Feijó, Francisco Aires Mateus e Manuel Aires Mateus
4 Out. - António Coutinho
8 Out. - Eduardo Lourenço
11 Out. - Clara Pinto Correia
15 Out. - Miguel Tamen
21 Out. - D. José Policarpo
5 Nov. - Rui Vieira Nery
12 Nov. - Maria Filomena Mónica
15 Nov. - Rui Ramos
19 Nov. - Eduardo Batarda
22 Nov. - V. S. Naipaul
26 Nov. - Vasco Graça Moura
29 Nov. - José Pacheco Pereira
3 Dez. - Maria Filomena Molder
6 Dez. - Luísa Costa Gomes
10 Dez. - Pedro Mexia
13 Dez. - Frederico Lourenço
17 Dez. - Teresa Beleza

Eduardo Lourenço

Eduardo Lourenço de Faria (São Pedro de Rio Seco, 23 de Maio de 1923)

Ensaísta, professor universitário, filósofo e intelectual português.


A Fundação Calouste Gulbenkian encheu-se durante dois dias para ouvir falar do ensaísta. Vieram amigos, académicos, companheiros de outros tempos, autores que o começaram a ler mais cedo ou mais tarde. Em comum, todos mostraram uma enorme admiração pela sua obra Houve quem achasse que o encontro de dois dias sobre Eduardo Lourenço seria "uma justiça tardia para quem esteve em grande solidão e grande incompreensão".

Mas não o visado. No intervalo da tarde, visivelmente cansado, Eduardo Lourenço, 85 anos, resumiu ao DN o seu sentir dos dois dias do Congresso Internacional com o seu nome.

"O encontro foi centrado sob o signo do excesso da celebração. Mas foi uma surpresa constatar que há gente nova, de segunda e terceira geração, que leu os meus textos e fez trabalhos e teses de doutoramento. Aqui reciclei-me e aprendi muita coisa. Para saber um pouco melhor quem eu sou. O importante para mim é ver se me converto de autor virtual para autor real".

De prosa poética

Foi assim que definiu, quase no fim da sessão, a série de intervenções que pensaram e falaram sobre a sua obra, nas áreas da literatura, crítica literária, filosofia, teoria política, história, cultura e ensaísmo.

Intervenções dos mais variados sectores dissertaram sobre o escritor de prosa poética, cuja escrita "é de altíssima qualidade" e o faz olhar de dentro do templo dos grandes escritores", como o definiu Fernando Martinho. Mordaz, João Bénard da Costa brincou, dizendo que "ele viveu mais de meio século silenciado e esquecido. E dura muito em Portugal, há 30 anos, talvez por não viver em Portugal".

Houve depoimentos de quem com ele trabalhou no Tempo e o Modo e no suplemento "Cultura e Arte" do Comércio do Porto, em meados dos anos 60. O jornalista José Carlos Vasconcelos lembrou episódios sobre os artigos do homenageado que "chegavam sempre escritos à mão, com uma caneta de esfera fina".

'Fabulosa' obra não editada

Falou-se também da sua obra não publicada, "fabulosa", e da maneira de estar deste "verdadeiro embaixador itinerante da cultura portuguesa". Para uns é detentor de um "existencialismo trágico", para outros "uma escrita fora de órbita".

João Barrento terminava a sua intervenção com o quadro Chuva de Domingos Alvarez, comparando o cão da obra com Eduardo Lourenço, porque era o único ser vivo que não se deixava levar pelos outros na composição pictórica.

Como lembrava Maria Manuel Baptista , autora de uma tese de doutoramento sobre Eduardo Lourenço, "a minha tese foi um ponto de partida, mas hoje tenho cada vez mais dúvidas e certezas".

Viram-se fotografias da sua terra, São Pedro de Rio Seco, onde nasceu em 1932, que até quase finais do século XIII fez parte de Castela. Um homem que, como lembrou um dos intervenientes, "não fez doutoramento sobre o Tempo e a verdade, mas estas andam diluídas na sua obra".

Depois deste colóquio em sua homenagem , Eduardo Lourenço dará hoje uma conferência sobre Fernando Pessoa na Fundação Calouste Gulbenkian, integrada na exposição Weltliteratur. "Uma conversa sobre Pessoa e outros" dará o mote ao escritor e ensaísta. A sessão realiza-se pelas pelas 18 horas no Auditório 3, e conta com a moderação de António M. Feijó.

http://dn.sapo.pt/2008/10/08/artes/coloquio_ajudou_o_ensaista_a_conhece.html