Quinta-Feira, 05 de Janeiro de 2006 |
Depois de integrar as sucessivas equipas "laranja" na autarquia desde 1993, Joaquim Matias larga mão de todos os pelouros, na semana em que Carlos Pinto escolheu João Esgalhado para a vice-presidência do executivo |
Francisco Cardona A diminuição das verbas destinadas às freguesias e às associações serão as causas próximas e oficiais da renúncia de Joaquim Matias à dúzia de pelouros que o autarca detinha até à última segunda-feira. A primeira explicação para a renúncia aos pelouros, dada pelo vereador, prendeu-se com “cansaço”, mas 24 horas depois avolumam-se outras explicações. Entre elas, uma eventual promessa feita pelo presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, de atribuir a Joaquim Matias a vice-presidência da autarquia face à suspensão do mandato de Alçada Rosa, pelo período de um ano. Numa reunião realizada na segunda-feira no gabinete de Carlos Pinto, a conversa terá “azedado” quando o presidente da Câmara sugeriu o nome de outro vereador para o cargo, que não o de Joaquim Matias. Oficialmente ninguém confirma esta versão, mas várias fontes contactadas pelo Diário XXI asseguram que o regresso de Luís Barreiros (sexto da lista do PSD nas últimas autárquicas) ao executivo e a subida de João Esgalhado (quinto da lista) à vice-presidência, por nomeação de Carlos Pinto, esteve na origem da entrega dos pelouros. Recorde-se que Joaquim Matias integra desde 1993 as equipas lideradas pelo actual presidente da Câmara. Aliás, é ao combate “cerrado” movido por Matias ao executivo liderado por Jorge Pombo (PS), em parceira com João Nuno Serra e Filomena Gomes, que são atribuídos boa parte dos louros da vitória de Carlos Pinto nas eleições autárquicas de 1997. SEM PELOUROS, MAS NO EXECUTIVO Contactado pelo Diário XXI, Joaquim Matias disse não estar “em rota de colisão com ninguém”, preferindo não esclarecer o caso da vice-presidência da autarquia.. “Estou cansado”, reafirmou o autarca que entregou os pelouros, mas vai manter-se no executivo, participando nas reuniões. Isto apesar de o seu nome não figurar na composição do executivo da Câmara da Covilhã, disponível em www.cm-covilha.pt e que está, assim, reduzido a seis membros. Dessa mesma composição constam já as entradas de Luis Barreiros (PSD) em substituição de Alçada Rosa e de José Armando Serra dos Reis (PS) em substituição de Vítor Pereira. Os pelouros que pertenciam a Joaquim Matias foram já distribuídos por despacho do presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, assinado com data de 3 de Janeiro. Entre os pelouros com maior visibilidade para Joaquim Matias estavam, indiscutivelmente, a relação com as freguesias, o associativismo e o desporto, acção social, além do pelouro da Educação. Nova distribuição de pelouros na Câmara da Covilhã Carlos Pinto - Relações Institucionais - Actividades Económicas - Cultura - Acção Social e Saúde - Educação, Juventude e Seniores - Desporto e Associativismo Vitor Marques - Obras, Transportes, Aeródromo, Metrologia e Oficinas - Trânsito - Infra-estruturas Municipais - Ambiente - Feiras, Mercados e Cemitérios - Freguesias João Esgalhado - Planeamento Urbanístico e Licenciamento de Obras Particulares - Habitação e Centro Histórico - Novo Aeroporto Regional - Polis - SRU - Nova Covilhã - Segurança e Protecção Civil Luís Barreiros - Serviços Municipalizados - Administração Geral e Finanças - Recursos Humanos - Gestão do Património e Aprovisionamento - Área Jurídica - Informática - Apoio aos Órgãos Municipais - secretariado, Comunicação e Relações Públicas - Defesa do Consumidor António Rebordão (Santa Maria) pede reunião a Pinto Presidentes de junta podem reagir A renúncia de Joaquim Matias apanhou de surpresa a maioria dos presidentes de junta de freguesia gerando uma onda de solidariedade pessoal que, a curto prazo, poderá ter consequências políticas. Face ao “bom relacionamento existente”, alguns presidentes de junta afectos ao PSD, quer filiados no partido quer apoiados como independentes, admitiram bater com a porta e demitirem-se. É o caso de António Rebordão, presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria. “Fiquei bastante apreensivo em relação ao futuro”, disse o autarca ao Diário XXI, sublinhando que está “solidário” com Joaquim Matias, “por se tratar de um homem que conhece bem os pelouros que detinha”, nomeadamente na área das freguesias e da acção social que herdou da ex-vereadora Rosário Pinto Brito. “Para esclarecer o que vai ser o futuro, já solicitei uma reunião ao presidente da Câmara da Covilhã”, revelou António Rebordão, que deverá ser secundado por outros autarcas que preferiram manter o anonimato. Ao Diário XXI, Joaquim Matias afirmou ter recebido várias manifestações de solidariedade e adiantou que se prepara para enviar uma carta a todos os presidentes para comunicar a renúncia às funções que desempenhou nos últimos oito anos. “Quem ficar com o pelouro das freguesias terá de ter sensibilidade para evitar convulsões”, entre os presidentes das juntas de freguesia, disse Joaquim Matias, sublinhando que “há menos dinheiro do que no último mandato em face do constrangimentos orçamentais”. Mesmo assim, “há-de haver cumprimento das promessas que foram feitas”, concluiu. in Diario XXI |
quinta-feira, janeiro 05, 2006
e a história continua...
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